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Kroos faz golaço nos acréscimos e Alemanha vira sobre a Suécia

Com um jogador a menos, atuais campeões chegam ao triunfo nos minutos finais da partida

Publicado em 23/06/2018 às 17h36
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Atualizado em 23/06/2018 às 17h43

"Futebol é 11 contra 11 e, no fim, ganha a Alemanha."

A famosa frase está grafada em letras garrafais na história do futebol e fez brasileiros provarem dessa maldição em 2014. Ela é tão cruel, que massacrou o ingênuo autor desse texto. Amigos, quando o empate persistia nos acréscimos, cometi o erro de bater a história do jogo em cima de um placar decretado. Castigo. Quando a Alemanha parecia vencida, com um jogador a menos, e praticamente eliminada da Copa do Mundo, os deuses interviram e coube a Toni Kroos manter a ordem natural das coisas, marcando o gol da vitória no último lance de perigo da partida. O triunfo por 2 a 1, de virada, explodiu o estádio de Sochi de emoção pintada em amarelo, vermelho e preto. As cores que teimam em nos dizer o que é o sucesso.

Toni Kroos fez o gol do alívio e que deixou os atuais campeões mundiais em condições favoráveis da vaga nas oitavas de final
Toni Kroos fez o gol do alívio e que deixou os atuais campeões mundiais em condições favoráveis da vaga nas oitavas de final

A ALEMANHA VIVE

O tento de Kroos, que havia errado feio no gol sueco que abriu o placar, impediu que a Alemanha fosse jogada aos leões. Ela, tão acostumada a dar as cartas, iria para a rodada final dependendo de seus principais adversários no grupo. Bastaria um empate entre Suécia e México para as duas avançarem e os atuais campeões do mundo voltarem para casa. Eu fui soco nisso e negligenciei a historia. Resultado: a Alemanha agora encara a Coréia do Sul com grandes chances de passar de fase. E pode, muito, encarar o Brasil nas oitavas de final. O fantasma do 7 a 1 assombra.

O JOGO É JOGADO, O LAMBARI É PESCADO

A Alemanha começou com as rédeas do jogo. Posse de bola esmagadora, variações, profundidade. Tudo aquilo que a gente conhece dela. Teve chances no início, não marcou. E a Copa da Rússia tem sido implacável com quem vacila. O castigo veio com requintes de crueldade. Acostumado e ser o cérebro do time e errar um passe a cada seis meses, Kroos errou uma saída de bola fácil e permitiu o ataque da glória para os suecos. Toivonen encobriu Neuer com um belo toque e permitiu aos presentes no Estádio Olímpico acreditar que era possível. Naquele momento, a Alemanha estava eliminada.

MAIORIA SUECA NA TORCIDA

Eram duas contra uma. Os suecos estavam em bom número na arquibancada, mas os alemães, claro, também. Só que a diferença veio por parte da adoção russa. Os muito russos no estádio fizeram coro pela seleção teoricamente mais fraca a ajudavam nas vaias quando os atuais campeões estavam com a bola. Foi um gás a mais para a seleção do técnico Janne Andersson.

O ABAFA E O FATOR REUS

A Alemanha foi para o intervalo derrotada e eliminada. Era preciso mudar o comportamento, ser mais agressivo. As escapadas de Kimmich no primeiro tempo estiveram longe de serem suficientes. Löw, então, lançou Mário Gomez. Mas quem fez diferença foi aquele que por duas vezes não pode ajudar o treinador em grandes competições. Marco Reus ficou fora da Eurocopa de 2012 e do Mundial no Brasil por conta de lesões. Não estava no 7 a 1. Mas com um toque sutil manteve viva a chama alemã em Copas. O empate veio logo no início do segundo tempo e gerou um bombardeio alemão só parava no goleiro Olsen.

A FORÇA SUECA E O DRAMA ALEMÃO

Dona de quatro títulos mundiais, nunca eliminada em uma fase de grupos, recheada de grandes jogadores. A Alemanha tinha tudo para virar o jogo, mas sofreu um duro golpe quando Boateng recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Os atuais campeões do mundo estavam com um homem a menos, e os suecos com milhões a mais. Uma das favoritas estava por um triz.

OBRIGADO, SUÉCIA?

Na quinta-feira, vagando pelas ruas de Sochi, encontrei uma dupla de torcedores suecos e pedi para tirar uma foto para registrar a presença deles já no local do jogo decisivo. Foram muito educados e, quando me identifiquei como brasileiro, agradeceram em inglês: "Obrigado pelo último Mundial".

No fim do jogo, quando ainda estava com o texto do empate quase no fim, lembrei da cena e pensei: será que agora eu que devo agradecê-los por praticamente nos tirar nosso carrasco do caminho? Que nada...

A ALEMANHA SEMPRE GANHA

Falta na entrada da área da Suécia. Toni Kroos, o homem que não erra passe, está na cobrança. Eu paro por um minuto. Será? Foi. A cobrança morrei no ângulo e enterrou o texto que nunca será escrita. No fim a Alemanha ganha: 2 a 1.

E AGORA?

Está tudo enrolado no grupo do qual sairá o adversário do Brasil e tudo pode acontecer. Mesmo o México, com seis pontos, agora corre risco, mas joga por um empate contra a Suécia, que precisa vencer. A Alemanha encara a Coréia e avança se vencer por dois ou mais gols de diferença. Só depende dela. Que pesadelo. E que aprendizado: quando se trata da Alemanha, é melhor esperar para escrever.

FICHA TÉCNICA

ALEMANHA 2X1 SUÉCIA

Local: Estádio Olímpico de Sochi, em Sochi (RUS)

Árbitro: Szymon Marciniak (POL)

Assistentes: Pawel Sokolnicki e Tomasz Listkiewicz (POL)

Data-Hora: 23/6/2018 - 15h

Público: 44.287 pessoas

Cartões amarelos: Boateng (ALE); Ekdal e Larsson (SUE)

Cartão vermelho: Boateng (ALE)

Gols: Toivonen (31'/1ºT - 0x1), Reus (2'/2ºT - 1x1) e Kroos (49'/2ºT - 2X1)

ALEMANHA: Neuer; Kimmich, Rüdiger, Boateng e Hector (Brandt, 41'/2ºT); Kroos

Rudy (Gündogan, 30'/1ºT), Gündogan, Draxler (Mario Gómez, intervalo); Reus, Müller e Werner. Técnico: Joachim Löw.

SUÉCIA: Olsen; Lustig, Lindelof, Granqvist e Augustinsson; Larsson, Ekdal, Forsberg, Claesson (Durmaz, 28'/2ºT); Berg (Thelin, 43'/2ºT) e Toivonen (Guidetti, 31'/2ºT). Técnico: Janne Andersson.

Lancenet

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