Frio de -25°C, fuso horário que chega a 8 horas entre estados dentro da própria Rússia, língua para lá de complicada e uma culinária bastante peculiar. Não foi nada fácil, mas, enfim, o atacante capixaba Pedro Rocha passa a se adaptar à nova vida e ao estilo de futebol do Spartak Moscou, o seu clube desde agosto de 2017.
De férias no Estado antes de voltar à Rússia, o jogador analisou a temporada que fez do outro lado do mundo: entrou em campo 14 vezes e balançou as redes uma vez, em jogos da Liga dos Campeões e Campeonato Russo. Para os próximos meses, Pedro quer mais. Muito mais.
Descanso?
Nas férias a gente recebe um relógio e uma programação de treino para voltar bem.
Primeira temporada
A gente sempre espera mais, o melhor. É a minha primeira vez na Europa, ainda mais na Rússia, que é muito frio, então a adaptação requer mais tempo. Mas foi bom para eu me adaptar aos poucos. Eu vinha em um momento muito bom no Grêmio e acabei indo para a Rússia. O carinho que recebi nunca imaginei, estou muito feliz e que essa próxima temporada seja ainda melhor individualmente, que eu possa ter mais oportunidades e jogar mais. Quero mostrar meu futebol.
Estilo de jogo
O Brasil é mais habilidade, técnica, já na Rússia é mais força, bruto. Foi a principal diferença no início, mas estou fazendo um trabalho especial para mais rápido eu conseguir entrar nesse estilo russo.
Dificuldades
Chegar lá foi um baque, já peguei -25°C. Quando a temperatura passa de -15°C, o jogo é cancelado. A Rússia é muito grande, tem times que são 10 horas de viagem, 8 horas de fuso, isso atrapalha um pouco.
Escolha do Spartak
Carreira de jogador é curta, 10, 12 anos, então a gente sentou, conversou e viu que era o momento. Não me arrependo. Não foi bom só para mim, mas para o Grêmio também, já que foi a venda mais cara do Grêmio.
Jogar no Flamengo?
Eu sempre sonhei em atuar em grandes clubes e o Flamengo não seria diferente, é um dos grandes clubes do Brasil. No Brasil só atuei no Grêmio, grande clube, que me deu oportunidade de ser jogador profissional.
Gols e expulsão na Copa do Brasil 2016
Foi uma mistura de emoções. Em uma final tem aquela emoção toda e ainda mais da forma que foi, fazendo dois gols e logo depois sendo expulso. Foi complicado para mim, não sabia se sorria ou se chorava, fiquei fora do outro jogo. O Renato (Gaúcho) me agradeceu pelos gols, disse que faz parte.História no Grêmio
Eu subi em 2015, com o Felipão, joguei três, quatro jogos e veio o Roger (Machado). Ele deu continuidade e aprendi muito com ele. Em seguida veio o Renato e fomos campeões juntos. Não só para mim, mas para todos os garotos ele é um paizão, sabe lidar com os jogadores.
Seleção
Geromel foi para a Rússia, encontrei com ele, parabenizei. Se eu tivesse dado continuidade no Grêmio, talvez pintaria uma convocação. Até porque vi o Tite me elogiando, fiquei muito feliz. A gente nunca espera que está sendo acompanhado, mas fiquei feliz pela convocação deles. Meu maior sonho é a Seleção.
Voltar para o Brasil
Sempre sonhei em jogar na Europa, quero fazer minha carreira lá como fiz no Brasil. Não penso na data certa para voltar para o Brasil, mas quero terminar minha carreira aqui e se for no Grêmio melhor ainda, foi clube que me projetou para o Brasil.
Pedro Rocha
Idade: 23 anos
Naturalidade: Vitória/ES
- Passou por escolinhas de futebol no Espírito Santo, mas foi na base do Grêmio que o atacante se destacou e subiu para o time principal.
- Ganhou chances principalmente com o técnico Roger Machado.
- Foi o grande nome no título da Copa do Brasil 2016, quando fez dois gols no Atlético-MG, no jogo de ida da final.
- Em meados de 2017, foi comprado pelo Spartak Moscou por 12 milhões de euros, a venda mais lucrativa da história do Grêmio.
- No Spartak, fez 14 jogos e marcou um gol.
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