O Prosperidade voltou a campo, no último final de semana, pelo Campeonato Capixaba de Futebol Feminino 2018, quando foi derrotado por 5 a 1 pelo atual tricampeão Vila Nova. Apesar da goleada, o jogo vai ficar marcado para a volante Larissa Scaramussa, que jogou na inauguração do estádio que hoje leva o nome do seu bisavô, Humberto Scaramussa.
O campo, localizado no distrito de Prosperidade, em Vargem Alta, recebeu a primeira partida oficial no último sábado (20). E foi lá onde tudo começou, há quase 100 anos, quando seu bisavô doou para a comunidade, o terreno que seria usado para a construção do campo de futebol no distrito. A jogadora se recorda que seus avós maternos e paternos se conheceram jogando nesse campo que hoje se transformou no estádio.
O gosto pelo esporte foi preservado por seus pais e passado para ela durante sua infância. Ela se lembra da primeira vez que jogou no campo quando nem pensava em investir numa carreira esportiva.
"A primeira vez que eu joguei lá tinha 13 anos de idade, fui campeã invicta pelo campeonato municipal", disse a volante que é tricampeã capixaba (2012, 13 e 14), campeã da Copa Espírito Santo 2011 e que tem quatro participações em edições da Copa do Brasil Feminina.
Ela fala do sentimento que teve ao entrar no estádio como atleta e relembrar de toda história familiar.
"Jogar ali nessa comunidade num lote doado pelo meu bisavô é muito especial para mim porque tenho um sentimento de comunidade muito grande, foi ali onde conquistei meu primeiro título jogando. Saí com treze anos e após tantos anos voltar a vestir a camisa aonde tudo começou me deixa muito emocionada", declarou.
Engenheira e volante
A menina que cresceu se dedicando aos treinos, não abriu mão dos estudos por insistência da família. A jogadora, de 29 anos, que é formada em Engenharia Florestal pela Ufes, conta que foram vários campeonatos estaduais e regionais disputados. Mas, um dos maiores trunfos de sua carreira, foi ter jogado em 2009, no time sub-20 feminino do Vasco da Gama. No Gigante da Colina, Larissa sagrou-se campeã carioca da categoria.
O futebol acabou virando hobby, devido às dificuldades enfrentadas no mundo do futebol. Mas o gosto segue na essência de sua veia e de sua trajetória familiar.
"O esporte é um mundo complicado, principalmente para nós mulheres, as estatísticas de uma carreira de sucesso são as piores, não dá para viver disso no Brasil, porque o apoio e incentivo é muito pouco."
*O autor é residente em jornalismo. Texto sob supervisão de Sidney Magno Novo
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