Ainda quando criança, ela adorava jogar futebol, mas esbarrava nos olhares desconfiados e sofria boicote na pelada dos meninos. A frase Quer jogar? Então vai para o gol era comum e quando conseguia jogar na linha, era ignorada com frequência. A história de Mariana Zuaneti Martins, hoje professora de Educação Física da Ufes, se mistura a de muitas outras meninas apaixonadas por futebol, inclusive muitas jogadoras da seleção brasileira, que hoje disputam a Copa do Mundo.
Passada toda a dificuldade na infância para conseguir jogar bola, Mariana hoje faz parte de um grupo de estudos da Ufes, o Grupa, que oferece treinos gratuitos de futsal para mulheres de qualquer idade. Acostumada a trabalhar com futsal pelas universidades por onde passa, ela decidiu fortalecer a modalidade quando chegou no Estado, há cerca de três anos.
Organizamos um grupo para proporcionar esse ambiente de aprendizado de futsal para a mulher. A gente quer acolher todas as meninas que tenham interesse em jogar em diversos níveis. Iniciamos em 10, 12 meninas e tem dias que temos quase 30.
O projeto tem objetivos distintos, dependendo de cada pessoa. As jogadoras podem ir a lazer ou para aprimorar a técnica de olho no alto rendimento, enquanto alunas de Educação Física também se aperfeiçoam no esporte e ainda aprendem a comandar um time.
"No grupa fazemos uma escala de quem vai puxar o treino e vamos sempre revezando. Mas também contamos com alguns alunos homens. Essa resistência para difundir o futebol feminino não é só das mulheres, apesar de o protagonismo ser nosso.
Como professora, Mariana ainda esbarra em certo preconceito por ser uma mulher em um ambiente de futsal, mas com poucas atitudes já consegue mostrar que sabe tudo do mundo da bola e que consegue transmitir o seu conhecimento para os alunos.
Quando começo a disciplina, os meninos acham que sabem tudo. Alguns te respeitam, outros não. Quando vou falar de um padrão de jogo que eles não conhecem, aí eles percebem que têm algo a aprender comigo, disse ela, que crê que a Copa do Mundo de Futebol Feminino pode difundir ainda mais a modalidade no Brasil.
Eu acompanho o futebol feminino há muito tempo e nunca teve tanta visibilidade como agora. Antes era voltado para as pessoas mais engajadas, ativistas, ficava nessa bolha. Agora as pessoas querem torcer pela seleção, assistem a propagandas com jogadoras de futebol. Estamos muito empolgadas.
Saiba como participar
Público: mulheres de todas as idades
Local: ginásio do Cefd, na Ufes
Como participar: basta ir aos treinos, que acontecem às terças, quintas (das 15h30 às 17h) e sábados (das 10h às 12h). As aulas são gratuitas
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