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Coleção de respeito: torcedor tem quase 2.000 camisas de times em casa

Coleção de respeito: torcedor tem quase 2.000 camisas de times em casa

William Oliveira separou um cômodo em sua casa, em Vila Velha, para guardar sua coleção de camisas de times de futebol. Só de times capixabas ele tem quase 600 exemplares

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 21:02

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William de Oliveira tem coleção com quase duas mil camisas de time de futebol. (Vitor Jubini)

São 1850 camisas dos mais diversos times de futebol. Mas 550 delas são exclusivamente de clubes que existem ou já existiram no Espírito Santo. E se a nossa reportagem não tivesse ido na casa do técnico industrial, William de Oliveira, e visto com os próprios olhos a coleção que o técnico industrial tem em casa, seria até difícil passar veracidade nesta matéria. Mas podem acreditar, ele tem, sim, um arsenal de camisas futebolísticas, que ficam delicadamente empilhadas e organizadas em seu armário. 

A coleção parece não acabar mais. E cada uma tem uma história. Algumas mais queridas, outras mais suadas, outras verdadeiras relíquias. A ideia de juntar os uniformes surgiu há mais de duas décadas, quando um professor lhe deu uma camisa do Ibiraçu, depois de ter um comportamento, digamos, estranho, nas aulas.

"Lembro que toda quarta-feira esse professor faltava à aula. Ele nunca dava aula nas quartas. Aí depois descobrimos que ele ia ver o jogo do Ibiraçu, ele era fanático. E no final do ano ele me deu uma camisa do time. E foi daí que surgiu a ideia de colecionar dos times daqui", conta.

A maioria das camisas são ganhadas, ou trocadas. Quem convive com Willian tem que ter paciência quando viaja ou está fazendo um passeio com ele. Porque se ele encontra uma vestimenta nova dentre as suas todas, ele não se intimida de abordar o dono da camisa.

"Já desviei viagem para passar em uma cidade pequena, por exemplo, porque eu queria a camisa de determinado time. Eu estou sempre atento e se aparece alguém usando algo diferente eu vou logo tentando convencer a pessoa a me repassar a camisa. Uma vez, em um carnaval em Jacaraípe, abordei um vendedor de milho. Ele queria me vender a camisa por 30 reais. Mas na época, último dia de carnaval, eu já estava sem grana. Então meus amigos fizeram uma vaquinha e eu consigo a camisa, que era da quarta divisão do futebol do Rio de Janeiro", comenta.

Com tantas camisas, o colecionador teve de convencer a esposa Priscila de que as dezenas de pilhas de panos ficariam guardadas e organizadas, de modo a não bagunçar e tirar muio espaço da família.

"Quando a gente mudou para este apartamento, o primeiro modulado que fizemos foi esse armário para guardar a coleção. E é tudo bem organizado. Separo por times, aí tem só as equipes capixabas, separo por regiões também, como centro-oeste, nordeste, e por aí vai."

Organizado e bastante ciumento, Willian não empresta seu arsenal nem para os amigos. Ela já quis ser solidário, mas acabou se dando mal e aprendendo a lição.

"Um amigo uma vez me pediu quatro camisas para levar para Minas e prometeu que devolveria. Eram da Desportiva. Emprestei. Mas aí descobri que ele se mudou para lá e nunca mais me devolveu. Depois disso eu não empresto para ninguém mais", frisa. 

Dentre tantas, a preferida!

Escolher uma única, entre essa infinidade de camisas não é tarefa fácil para William Oliveira. Além de históricas que cercam cada uma delas, da forma como ele conseguiu, há ainda aquelas que são verdadeiras relíquias. É dele a camisa de Márcio Fernandes, autor do único gol do jogo entre Rio Branco e Vasco, quando a equipe capa-preta venceu os cariocas no antigo Kleber Andrade,  pelo Brasileirão de 1986, em partida que levou o maior público ao estádio, cerca de 40 mil pessoas.

Camisa da Desportiva usada por Geovani, antes de ele ir para o Vasco. (Luciana Castro)

Apesar de ser torcedor do Serra e ter camisas referentes à época em que o Tricolor também estava na Série A, é da rival Desportiva sua eleita como a "mais querida". 

William mostra a camisa do Rio Branco, usada no jogo contra o Vasco, no Kleber Andrade, em 1986. (Luciana Castro)

"Essa camisa foi usada pelo Giovane, antes de ele ir para o Vasco. Consegui com o filho dele, que era meu amigo. Mas precisei insistir muito, muito mesmo. Hoje ela nem me entra, mas guardo com um carinho todo especial.

Teve ainda uma vez que o ex-goleiro e hoje comentarista da TV Gazeta, Paulo Sérgio, ficou em "maus lençóis" após presentear Cabeleira com uma peça que pertencia a Seleção Capixaba de Futebol de Areia.

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"Eu havia pedido o Paulo Sérgio uma camisa da Seleção. Ele acabou me dando, mas era camisa de jogo, não tinha nenhuma sobrando. E depois ele percebeu que ia faltar e me pediu de volta. Mas eu não devolvi de jeito nenhum. lembro que ele me ligou umas três vezes atrás da camisa", relembra William. 

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