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De pai para filho: gerações que se renovam através do futebol

De pai para filho: gerações que se renovam através do futebol

Jogadores do passado hoje acompanham os filhos brilhando nos gramados da competição

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 18:25

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É redundante dizer que a Copa A Gazetinha é um celeiro de grandes jogadores, mas a maior competição de futebol infanto-juvenil do país, existente desde 1976, vai muito além disso. Nas mais de quatro décadas revelando talentos do porte de Sávio, Carlos Germano, e Maxwell para o futebol brasileiro e mundial, ela também se destaca pela sucessão de gerações. Pais que disputaram o campeonato hoje acompanham e incentivam os filhos a seguirem os mesmos passos.

Antonio foi campeão da Copa A Gazetinha e agora vê os filhos seguindo os mesmos passos . (Carlos Alberto Silva)

Este é o caso do contador contábil Antonio Sérgio Bandeira Júnior, de 41 anos. No início da década de 90, o então garoto disputou a Copa A Gazetinha e ergueu o troféu de campeão. Hoje ele acompanha os dois filhos, João Vitor, de 13, e Thiago, de 10, trilhando a própria história no esporte, sempre com o respaldo e as orientações do pai coruja.

"Disputei pelo Banestes/Ítalo em 1991, fomos campeões na categoria até 14 anos. No ano seguinte, disputamos a categoria estadual e fomos vices para times abaixo de 15 anos. Ainda em 92 fizemos a final da Gazetinha Nacional, mas perdemos para o Vasco. Hoje é uma felicidade imensa ver meus meninos na mesma competição que disputei. Bate uma nostalgia, vem as lembranças das viagens, concentrações, a garotada, aquele sonho de ser jogador. Tudo que passei eles estão vivenciando agora", conta com entusiasmo.

Antonio exibe com carinho as medalhas de campeão e os recortes de jornais da época em que disputou a Copa A Gazetinha. ( Carlos Alberto Silva)

A importância da competição extrapola as quatro linhas que demarcam o campo, pois a aprendizagem não se limita ao âmbito esportivo. "Falo sempre com eles sobre o que é o esporte, que vão ter de aprender a lidar com a derrota, pois elas acontecem no campo e também na vida. Oriento também sobre valorizar as amizades. Muitos desses meninos seguirão como amigos para a vida. Tudo isso é muito importante na formação como atleta e cidadão, independentemente se vierem a ser um jogador profissional ou não", salienta Antonio.

A empolgação que o contador tinha ao jogar se repete nos herdeiros. Para o primogênito, João Vitor, saber que o pai já jogou a mesma competição que ele hoje disputa é um fator motivacional. "Meu pai sempre me ajudou e me incentivou a dedicar-me muito nos treinos, pois construímos as situações de jogo", garante o meio-campista, que treina e joga pelo Santos de Aribiri, de Vila Velha.

Três anos mais novo, porém não menos empolgado que o irmão mais velho, Thiago também se espelha no pai para ser um jogador, mas quer seguir os passos de um ídolo mundial. "Gosto de jogar no meio de campo e quero ser como o Cristiano Ronaldo", garante.

No que depender do contador, a continuidade da família na Copa A Gazetinha está garantida. Isso porque o caçulinha, Pedro, prestes a completar 2 anos, já dá os primeiros chutes nos gramados. "Ele adora futebol e o trago para acompanhar os meninos. Vai seguir no futebol e no caminho do esporte. Eu, minha esposa e os irmãos já o incentivamos".

Satisfação garantida

Responsável direto pelo desenvolvimento dos irmãos, o técnico José Renato Soares, ou melhor, Zé Renato, não esconde a felicidade em ver antigos pupilos, hoje pais, levando os filhos à escolinha.

"Tenho 58 anos, 32 deles nessa função. Por aqui já passaram gerações e me orgulha saber que colaborei na formação do caráter desses pais, que agora trazem os filhos para treinar comigo. Atualmente são 80 meninos treinando comigo aqui", detalha.

Orgulhoso por ter ajudado a lapidar jogadores do porte de Pedro Rocha, atacante do Spartak Moscou, da Rússia, Zé Renato destaca o patamar e relevância da Gazetinha. "A competição sempre nos incentivou a buscar esse espaço e revelar atletas. O Pedro foi bicampeão conosco, mas a Gazetinha também alcançou um estágio muito alto no cenário de esporte como ferramenta de inclusão. Sempre revelou grandes jogadores, mas também tem a parte social, já que muitos municípios, principalmente os menores, usam a competição como vitrine para divulgar os times e atletas. É de suma importância e relevância a manutenção dela".

Laços de família

Cosme Eduardo é dos mais respeitados treinadores de futebol do Espírito Santo, São títulos em grandes equipes capixabas, como Desportiva e Serra, mas nenhum deles o satisfaz como o fato de trabalhar ao lado do filho, Matheus Luchi Bernardes, de 29 anos, na escolinha de futebol Centro de Treinamento Cosme Eduardo, em Vitória, onde ensinam o futebol às novas gerações.

Passado e presente: Cosme Eduardo e o filho Matheus como técnico e jogador, na Desportiva, e a dupla agora como professores de escolinha de futebol. (Ricardo Medeiros e Marcelo Prest)

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A ligação dos dois vai muito além da familiar. Antes de se juntar a Cosme, Matheus teve o pai como técnico e com ele disputou, venceu, na Copa A Gazetinha e também no futebol profissional.

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