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Pool da Copa: 'O trabalho que Martinez faz permanece fantástico'

Peter t'Kint, editor da Sport Voetbalmagazine, destaca importância do técnico na campanha da Seleção Belga. Para jornalista, placar do jogo não reflete dificuldade do duelo<br>

Publicado em 18/06/2018 às 18h50

Uma noite abafada, o estresse do primeiro jogo e a falta de espaço: todas as razões pelas quais a maior vitória na Copa do Mundo, desde o 3 a 0 contra o El Salvador em 1970, foi um pouco mais difícil do que a pontuação sugere. Os primeiros pontos estão conquistados. O triunfo contra um adversário que fez sua estréia em bom nível, e que não tem nenhum jogador em uma das cinco grandes Ligas, era esperada e veio em grande resultado. O placar de 3 a 0 é igual a vitória dos belgas em 1970 no México.

Assim, o trabalho que Roberto Martinez faz na Seleção Belga permanece fantástico. Nas fases classificatórias, foram nove triunfos e um empate. Agora, uma estreia sólida no torneio, com dois gols de Lukaku e ótimo desempenho de Dembélé. Martinez conseguiu a flexibilidade tática que sempre quis e buscou, fruto de trabalho duro nos últimos meses. Aparentemente, jogando com quatro atrás, e no meio-campo Dembélé, os belgas conseguiram mais espaço e aderência. Não se pode negar que o adversário também diminuiu o rendimento em campo depois de uma hora de jogo.

Há também o lado negativo. O time não conseguiu funcionar como coletivo. A equipe adversária se fechou, e os jogadores belgas não conseguiam trocar passes e criar jogadas. O primeiro tempo foi frustrante. Por mais qualidade que os Diabos Vermelhos tenham, foi perceptível a dificuldade. O 3-4-3 do Chile, do técnico Bielsa, e o 3-4-3 de Guardiola, ainda funcionam. Martinez está feliz, mas fico imaginando como ele vai evoluir com esse esquema. Na fase de grupos, essa formação ainda pôde ser mantida, mas, de novo...

Os Diabos Vermelhos começaram a ficar nervosos depois de um bom começo de confronto. Tentaram armar jogadas complicadas e pareceram sofrer as condições impostas pelos panamenhos, no grande palco que é Sóchi. Em Moscou o tempo é mais fresco, talvez no próximo sábado, contra a Tunísia, as condições mudem.

A Bélgica cresceu taticamente no duelo e a qualidade dos jogadores foi fator decisivo. Mertens estava inspirado e o instinto de gol de Lukaku foram fundamentais. O técnico Martinez despertou Lukaku, que sempre teve um nível profissional alto. Sob o comando do treinador, o jogador marcou 21 vezes em 19 jogos internacionais. Seus dois gols contra o Panamá não devem ser tratados como surpresa.

Fonte: Lancenet

Lancenet

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