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Colhendo sonhos: projeto social da Serra é a esperança de um futuro melhor

Colhendo sonhos: projeto social da Serra é a esperança de um futuro melhor

O projeto "Joga Bonito" conta com padrinhos e madrinhas, que são pessoas que ajudam com doações, seja de acessórios, chuteiras e até lanches para as viagens

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 14:49

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Garotada do projeto social "Joga Bonito". (Carlos Alberto Silva)

Antes de pensar em formar Richarlisons, Lincons, Cíceros, Lyancos, Luans, Sávios, Giovanes, Maxwells... o que tem de se formar são seres humanos que possam lutar por seus lugares ao sol. Esse é o intuito do projeto social "Jogar Bonito", que tem como sede no bairro Taquara 2, na Serra.

Fazer um atleta se despontar e ser reconhecido nacionalmente e mundialmente entre tantos outros garotos que sonham em ser jogador de futebol não é algo tão corriqueiro assim. Mas fazer com que esses meninos e meninas tenham oportunidade de fazer um esporte e se afastar dos perigos que a rua oferece aos jovens é o lema principal para quem participa do grupo.

Weverton Silva, atleta do projeto social "Joga Bonito". (Carlos Alberto Silva)

Weverton Silva, de oito anos, é um dos destaques do elenco que treina durante a parte da tarde. Ele tem oito anos, mas a habilidade com a bola parece ser de gente grande.

"Eu sou baixinho, mas acho que eu tenho bastante velocidade. Meu ídolo é o Neymar e eu tento parecer com ele em campo", disse o pequeno, que tem reconhecimento dos colegas de time. Lucas Lopes, de 11 anos,  aponta o amigo como o melhor jogador do projeto.

"Ele joga bem mesmo. é muito rápido, então fica difícil de marcar. Ele sai em velocidade e ninguém consegue parar. Mas ele é fominha, não passa a bola para a gente", desabafa o amigo. Por outro lado, Weverton se defende.

"Quando eu vejo que eu posso fazer o gol eu chuto mesmo, não posso perder a oportunidade. Se a chance for clara a gente tem que arriscar", brincou o atacante. 

Lucas Lopes, atleta do projeto social "Joga Bonito". (Carlos Alberto Silva)

Paulo Roberio, um dos fundadores do "Joga Bonito" comenta sobre a importância que a escolinha de futebol exerce na vida desses garotos.

"Já temos esse projeto há oito anos e já resgatamos da rua muitos meninos e meninas. A gente sabe que o bairro é violento e que eles precisam ter essa válvula de escape. Aqui eles também são cobrados, tem que ir bem na escola. Os pais nos relatam sobre as melhorias dentro de casa também. Isso é o que mais importa. Se o menino vai ser um grande jogador no futuro, não sabemos, mas queremos formar pessoas boas, além do esporte", destacou.

O projeto "Joga Bonito" conta com padrinhos e madrinhas, que são pessoas que ajudam com doações, seja de acessórios, chuteiras e até lanches para as viagens, como conta Paulo Roberio.

"Graças a essas pessoas nosso projeto segue em frente. Eu tenho contato direto com os padrinhos, que abraçam o "Joga Bonito" e cuidam para que os sonhos desses meninos não morram. Então se a gente vai para outra cidade jogar, por exemplo, eles ajudam com a condução, com o lanche, com chuteiras, material esportivo em geral. Isso é muito importante para nós, já que a maioria dos alunos são carentes", completou.

Menina boa de bola não se intimida entre os garotos

Ana Carolina de Oliveira, aluno do projeto social "Joga Bonito". (Carlos Alberto Silva)

Ana Carolina Oliveira, de 14 anos, é a única menina que treina no turno da tarde. Ela é lateral direito e não se intimida de ter que jogar em um time de garotos. Pelo contrário. Ana tem evoluído dia a dia, desde que chegou no projeto.

"Antes tinham mais meninas, mas agora ficou só eu. E jogo normalmente no meio deles. Eles me respeitam e dá tudo certo. Não fico com medo por ser a única mulher. A gente joga de igual para igual", garantiu. 

Os pais da jogadora Ana Carolina comprovam que a filhota teve uma melhora além dos gramados, como destaca sua mãe, Valesca de Oliveira. 

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"Hoje eu vejo que ela está mais tranquila em casa e melhorou na escola também. A Ana começou a jogar bola porque uma amiga a convidou. Antes ela fazia natação. Agora, mesmo a amiga não tendo continuado, ela não perde um treino ou jogo. Virou até motivo de incentivo para ela, porque quando ela faz alguma coisa errada a primeira coisa que eu falo é que vou cortar o futebol. E ela não quer deixar de participar nunca, então ela tem se comportado bem."

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