Os Passos de Anchieta ganharam uma nova vertente neste Corpus Christi. Para quatro nadadores capixabas, a tradicional caminhada de Vitória a Anchieta deu lugar às braçadas mar adentro durante quatro dias. Pelo litoral capixaba, Cedric Sartori, Cesinha Saade, Flávio Ferreira e Márcio Junqueira percorreram cerca de 80 quilômetros a nado no Desafio Braçadas de Anchieta.
A ideia surgiu há cerca de oito meses: por que não fazer a mesma peregrinação dos Passos de Anchieta, mas na água? Juntamos quatro atletas, amigos, e conseguimos a estrutura de barco de apoio com técnico e nutricionista, além de um fisioterapeuta de stand-by na terra, que ficava à disposição. Marcamos exatamente os mesmos horários dos peregrinos: saíamos por volta das 6h e íamos até 13h, 14h. Foi algo inédito, relatou Cesinha Saade.
O barco acompanhou a equipe durante todo o trajeto, sempre alguns metros à frente. Os atletas nadavam 20km por dia e paravam para hidratação e suplementação a cada meia hora. Se um ou outro ficasse para trás, o ponto de encontro era no barco. Aí depois da hidratação, todos largavam juntos de novo. A experiência foi muito interessante porque a nutricionista podia acompanhar in loco os efeitos da hidratação e da suplementação no desempenho de cada um.
Se na terra a caminhada é repleta de emoção, na água não é diferente. Vento contra, correnteza e fadiga muscular intensa deram um sabor extra de superação no Desafio. Quando você faz uma prova que depende de fatores da natureza, você está sujeito a situações adversas. E nadamos a 5km da costa. Em Guarapari nadamos quase uma hora sem sair do lugar. Chegar na areia foi uma grande emoção, teve até espumante (risos).
Chegada inusitada no Santuário
O primeiro dia do Desafio Braçadas de Anchieta foi uma verdadeira festa. Além de descansados, os nadadores já imaginavam como seriam os quatro dias de muita natação e devoção. A cada hidratação a gente via que estava chegando. Foi muito emocionante cada trecho, cada dificuldade que a gente passou, disse Cesinha Saade.
E após 80km de percurso a recompensa. Chegamos em Anchieta e vimos muitos peregrinos. Saímos da água e fomos fazer uma oração no Santuário. O engraçado foi que fomos para a porta da igreja de sunga mesmo. Ninguém entendeu nada (risos), completou Cesinha, que espera que o Desafio entre no calendário das festividades de Anchieta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta