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As 'figuras' entre os 12 mil corredores das Dez Milhas Garoto

As "figuras" entre os 12 mil corredores das Dez Milhas Garoto

Todos os anos a maratona que cruza a Terceira Ponte atrai gente que, além de se divertir, ainda dá um gás na galera

Publicado em 2 de setembro de 2018 às 22:16

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Leo Santos Rodrigues, de 52 anos, corre pela sexta vez na Dez Milhas Garoto. (Pedro Permuy)

Entre os 12 mil corredores que se lançaram no desafio de completar os dezesseis quilômetros que compreendem as Dez Milhas Garoto, algumas "figuras" chamaram atenção. Desde a largada, em Vitória, até a chegada, em Vila Velha, esse pessoal se diverte, faz a diversão dos outros e, é claro, corre.

Leo Santos Rodrigues, de 52 anos, por exemplo, há seis edições das Dez Milhas Garoto passou a se vestir de Papai Noel para fazer a alegria de quem compete e das crianças que ficam à beira da maratona torcendo para os competidores. "Mas sou atleta, já corro há mais de 20 anos. Para aguentar esses dezesseis quilômetros aqui também tem que ter toda uma preparação de alimentação e condicionamento físico", destaca.

Para ele, se fantasiar já se tornou quase obrigação, já que o mais recompensador é ver que o pessoal entra na onda: "Todo mundo gosta, a galera fica brincando e isso é o que me faz ter a vontade de vir dessa forma", completa.

De joaninha, a corredora Bárbara Guimarães, de 35 anos, também agitou os atletas nas Dez Milhas Garoto. (Pedro Permuy)

De joaninha, a corredora Bárbara Guimarães, de 35 anos, também agitou os atletas logo na largada. Ela, que estava no último setor do início da maratona, foi até o final da corrida dando incentivo e animando os colegas. "Esse foi o primeiro ano que me fantasiei para vir e quis correr assim porque sempre ficava querendo saber como era a sensação", alega.

Segundo Bárbara, ela corre nessa competição há três edições. "E sempre completei, desde a primeira vez que fui. Então, hoje não vai ser diferente. Essa personagem de joaninha vai me ajudar", brinca, justificando: "Para correr me divertindo".

MÃE E FILHA CORREDORAS

Há treze anos, Sonia e Daniela Abade, respectivamente mãe e filha de 63 e 43 anos, correm juntas. Nas Dez Milhas Garoto, elas andam juntas desde 2007, mas levam a corrida como um estilo de vida. Ambas são atletas e fazem triathlon, musculação e crossfit e, durante o ano inteiro, investem na saúde. Segundo Sonia, ela sempre gostou de se exercitar e passou esse sentimento para a filha: "Mas sempre foi de forma amadora. Na Garoto que eu decidi que eu tinha que ficar mais profissional".

Há treze anos, Sonia e Daniela Abade, respectivamente mãe e filha de 63 e 43 anos, correm juntas e participaram das Dez Milhas Garoto. (Pedro Permuy)

Daniela conta que sempre via a mãe correndo e tinha vontade de fazer igual, mas tinha que enfrentar um problema - a asma. "Mas comecei a me tratar, fazer um acompanhamento especial para isso, para a corrida, e consegui. Hoje, a gente segue nessa parceria na família, em casa, e na corrida de rua", pondera.

82 ANOS NO FÔLEGO

Aos 82 anos, Takeshi Sasaki dá show mantendo o ritmo regular do início ao final das Dez Milhas Garoto. Quando atendeu à reportagem de A GAZETA, estava virando a esquina da Praia da Costa, em Vila Velha, rumo à Garoto, na Glória. Sem parar para falar e sem perder o foco, ele, que é natural de Guarapari, afirma que, desde novo, se encanta pelo esporte.

"Servi o Exército. Então, essa coisa da disciplina vem de muito tempo", justifica. Ele esclarece que, de lá para cá, nunca deixou de correr, caminhar, se alongar. Sem ter data para parar, ele compete nas Dez Milhas desde a segunda edição da maratona.

Aos 82 anos, Takeshi Sasaki dá show mantendo o ritmo regular do início ao final das Dez Milhas Garoto. (Pedro Permuy)

PEDRO PERMUY, DESAFIADO DA REDE GAZETA

"Desde que fui convidado a correr as Dez Milhas Garoto neste ano fiquei me perguntando: qual será o segredo para enfrentar esse trajeto sem problema? Hoje, depois de correr, cheguei à resposta. E o mais impressionante é que não tem segredo. Se você não se alongar, se exercitar, treinar a corrida e condicionar a respiração, você não consegue seguir nem por 100 metros. Durante pouco mais de dois meses, eu e Lucy Mizael nos dedicamos aos treinos e à dieta personalizada. O resultado desse esforço chegou com a nossa vitória na maratona.

Logo que saímos de Camburi, em Vitória, estava muito confiante de que pegaria um ritmo e arrebentaria na prova em pouco tempo. Quando comecei a subir a ponte, que não conseguia mais manter o ritmo da corrida, vi que ia ter que parar para caminhar. Ali cheguei a pensar que eu não seria capaz de voltar a correr e chegar à Garoto, na Glória. Fui caminhando, apreciando a vista, junto de Lucy tirei várias fotos e descansei. Quando vi outra reta, já em Vila Velha, voltei a dar uns trotes até a Praia da Costa e lá tive que voltar a caminhar. O vento estava contra e pareciam que 100 quilos estavam me empurrando para trás.

Então, segui andando e assim foi até dar a primeira viradinha para sair da beira-mar. Dali para frente fui intercalando caminhada e trotada, até completar os tão suados - literalmente - dezesseis quilômetros. Consegui. Sai correndo e cheguei correndo. Andei, descansei e retomei fôlego. Para quem nunca correu na vida - e estava até acima do peso quando decidiu se desafiar -, fiquei muito contente com o resultado. E, agora, quem sabe as maratonas que me aguardam, não é mesmo?".

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O repórter Pedro Permuy e a personal organizer Lucy Mizael cumpriram o Desafio Dez Milhas Garoto. (Pedro Permuy)

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