> >
Capixaba Carlos Gusmão enfrenta até ciclone no Spartathlon, na Grécia

Capixaba Carlos Gusmão enfrenta até ciclone no Spartathlon, na Grécia

A histórica ultramaratona de 246km, entre Atenas e Esparta, teve chuva, vento e muita destruição

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 18:06

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Carlos Gusmão, único capixaba no Spartathlon. (Acervo pessoal)

Como se não bastasse o interminável trajeto de 246km, o Spartathlon ganhou ares ainda mais desafiadores este ano. Mas nem a distância, o cansaço, as dores, além do frio, chuva, neblina e fortes ventos de um ciclone foram capazes de parar o ultramaratonista capixaba Carlos Gusmão. Um teste de resistência aprovado pelo Rei Leônidas.

Realizado na Grécia, o Spartathlon é uma das provas mais duras do planeta. A tradicional ultramaratona, entre Atenas e Esparta, reproduz o percurso feito pelo soldado Pheidippides, enviado a Esparta para pedir ajuda contra os persas na Batalha de Maratona, em 490 a.C..

A equipe brasileira no Spartathlon. (Acervo pessoal)

E Carlos Gusmão é o único brasileiro a ter concluído quatro vezes essa prova – 2014, 2015, 2016 e 2018. Ao todo, cinco atletas representaram o Brasil e quatro finalizaram a Spartathlon: além de Gusmão, os paulistas Urbano Gracco e Wladimir Souza, e Rodrigo Freerman, que mora em Londres.

A estratégia estava traçada: completar os 246km na casa das 28 horas e ficar entre os 30 primeiros. No entanto, a intensa e dificílima prova este ano atrapalhou os planos de Gusmão: o Ciclone Zorbas (categoria 1) chegou à Grécia e foi arrasador.

“A primeira metade da prova eu estava bem, fiz em 12 horas e 12 minutos. Mas o ciclone chegou e levei 20 horas para terminar a segunda parte”, disse o atleta, que completou a prova em 32 horas e 40 minutos.

Dos 400 atletas de 42 países que largaram, apenas 238 concluíram a Spartathlon. Os percalços no percurso fizeram com que muitos participantes desistissem. Foram 25 horas de muita chuva e vento, que dificultavam bastante a corrida. O cenário também era de destruição. “A gente via árvore caindo, casa sendo destelhada. Foi a primeira vez que passei por isso”.

Tudo em nome de Pheidippides

Um dos momentos mais marcantes da prova, para Carlos Gusmão, foi subir uma montanha em uma estradinha que beirava um precipício. Para piorar, a neblina ainda atrapalhava a visão dos maratonistas. Um participante chegou a questionar a organização se a vida dos atletas não estava em risco.

“A resposta do organizador foi que os atletas estavam ali para fazer jus ao nome do Pheidippides, o soldado grego que deu origem à prova. Se alguém tinha que morrer, que seria por Pheidippides, pelo nome dele.”

Gusmão durante o Spartathlon, na Grécia. (Acervo pessoal)

A prova não parou. A chegada em Esparta costuma ser de festa do povo e muitos aplausos. Dessa vez foi diferente. A cidade estava vazia. “Todo mundo foi retirado às pressas, não tinha palanque, nada. Só tinha a estátua do Rei Leônidas recepcionando os atletas. Foi um ano atípico. Temos sempre a meta do tempo, mas o objetivo, independente de qualquer situação, é chegar aos pés de Leônidas”, finalizou Gusmão.

Este vídeo pode te interessar

E não é qualquer um que pode participar da prova. O atleta deve enviar seu currículo para os organizadores, que convocam os melhores do mundo.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais