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Estivan segue passos da família Falcão e mira carreira internacional

Estivan segue passos da família Falcão e mira carreira internacional

Assim como os irmãos Esquiva e Yamaguchi, pugilista de 22 anos já está brilhando no boxe profissional

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 22:24

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O pugilista Estivan Falcão. (Ricardo Medeiros)

O sobrenome é o mesmo, assim como o talento nato com as mãos e o cartel invicto no boxe profissional. Coincidência? Não, dom que passou de pai para filhos. Irmão dos pugilistas Esquiva e Yamaguchi Falcão, Estivan Falcão trilha o mesmo caminho da dupla. Aos 22 anos, um dos filhos de Touro Moreno já está conquistando espaço na modalidade e planeja iniciar a carreira internacional a partir do ano que vem. O espelho não poderia ser outro: Esquiva e Yamaguchi vivem nos Estados Unidos.

Em meados de 2017, Estivan optou por abandonar o boxe amador e, consequentemente, desistiu de disputar uma Olimpíada. Foram 198 lutas e apenas sete derrotas até virar profissional. “Na época eu era campeão brasileiro, o primeiro do ranking, invicto e não fui chamado para a seleção brasileira. Foi um baque para mim, porque eu estava muito confiante. A Olimpíada era meu sonho e quando vi que meus irmãos disputaram em 2012, pensei que eu também poderia. Então acabei decidindo ir para o boxe profissional”, explicou.

Estivan Falcão, quando era amador, ao lado dos irmãos Esquiva e Yamaguchi. (Acervo pessoal)

Assim como os irmãos mais velhos, Estivan também não perdeu no boxe profissional. São oito lutas e oito vitórias. Além da vida financeira mais confortável em São Paulo, onde vive, a mudança do amador para o profissional deu mais bagagem e confiança ao pugilista.

“Eu não imaginava que cresceria tanto, me surpreendi com minha evolução. São três rounds no amador e no profissional tem quatro, oito, até 12 rounds. Atualmente eu luto oito rounds. Isso requer muito mais preparação física. Além disso, no profissional usamos mais golpes colocados, nos lugares certos e temos mais tempo para pensar. No amador é tudo ou nada.”

O pugilista Estivan Falcão. (Ricardo Medeiros)

Estivan admite que é normal ser comparado com os irmãos, até mesmo por conta da semelhança na aparência. Ele não se importa, pelo contrário, fica feliz por ver o sucesso de Esquiva e Yamaguchi. “Comparam o jeito de lutar, de falar, mas cada um tem o seu estilo. No ringue eu gosto de boxear, pensar bastante e não brigo muito. Sou muito focado, disciplinado”.

O intuito de Estivan e da sua equipe, IBG, é viver e treinar nos Estados Unidos. Agora com uma Olimpíada descartada, todos os planos se voltam para o mesmo objetivo de toda a família: um título mundial. “Fora do Brasil é outro nível, os atletas são olhados por patrocinadores. Quero seguir a mesma carreira dos meus irmãos. Hoje meu maior objetivo é uma carreira internacional e ser campeão mundial, que é o lugar mais valorizado para um atleta”.

O sonho já foi ser jogador de futebol

De férias na casa dos pais, em Jacaraípe, na Serra, Estivan Falcão nem precisa ir à academia para manter os treinos em dia. Basta um saco de pancadas no quintal e, se possível, o pai, Touro Moreno, para acompanhá-lo. Mas nem sempre foi assim. Com apenas 12 anos, ele tinha o sonho de ser jogador de futebol e chegou a fazer um teste no Santos. Não passou e percebeu que o caminho que deveria seguir era o mesmo de toda a família Falcão.

“Minha primeira luta de boxe foi com oito anos, sempre treinei, mas eu gostava muito de futebol. Depois de não passar no teste vi que o boxe era o caminho de Deus para mim. Lembro do velho ringue aqui em casa, meu pai acordando cedo para correr e treinar. Foi uma época difícil, de luta.”

Touro Moreno e o filho Estivan Falcão. (Ricardo Medeiros)

Com 80 anos e com vitalidade de sobra, Touro Moreno se orgulha ao ver os filhos brilhando justamente no esporte que ele inseriu a família. Desde o início, o pai incentivou Estivan a migrar do boxe amador para o profissional. “Aqui no Brasil, tem atleta de seleção que depois volta a trabalhar na carroça, eu já vi. Não é valorizado. Agora olha o Floyd Mayweather, o Oscar de La Hoya. Eu ensinei o boxe para eles não para lutar ou brigar, mas para eles viverem do esporte. Fico feliz demais por eles estarem representando minha família e o Espírito Santo”.

Touro, inclusive, revela de onde surgiu tanta criatividade para escolher o nome de Estivan. “Todos os meus filhos têm nomes estranhos (risos). Ele seria Teófilo Stevenson, em homenagem ao pugilista cubano, mas não aceitaram o Teófilo no cartório, então ficou Estivan mesmo. Ele é técnico, paciente, calmo, tudo que um atleta precisa para ter sucesso. Só depende dele e de Deus”, finaliza.

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