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Ultramaratonista capixaba desafia o Monte Aconcágua pela segunda vez

Ultramaratonista capixaba desafia o Monte Aconcágua pela segunda vez

João Vitor Novaes embarca nessa quinta-feira (17) rumo à Argentina para completar o desafio

Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 18:32

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Dois anos depois da última aventura, o triatleta e ultramaratonista de montanha João Vitor Novaes, 35 anos, parte hoje para um grande desafio. Foi em 2017 que o atleta tentou pela primeira vez chegar ao cume do Aconcágua em um prazo de sete dias. Na época, João bateu na trave e ficou a 200 metros do cume.

João Vitor Novaes desafia o Monte Aconcágua pela segunda vez. Na primeira, em 2017, ele ficou a 200 metros de chegar ao cume. (Arquivo Pessoal)

Dessa vez, o capixaba contou que fará o trajeto rumo ao ponto mais alto das Américas com mais dois dias de prazo. Normalmente, as pessoas gastam em média 20 dias para concluir a caminhada.

“Eu estou com um planejamento focado em concluir o percurso em 9 dias. É a mesma ideia de 2017, mas dessa vez vou descansar 2 dias para conseguir chegar ao cume”, contou o ultramaratonista de Vitória.

João explicou que a falha de 2017 foi justamente essa: embarcar na aventura sem contar com as pausas. “Tentamos fazer em 7 dias, foi um plano audacioso demais, exagerado. Ficamos sem descanso, o corpo ficou sobrecarregado”.

O ultramaratonista contou que, em provas como essas, todos os limites do corpo são testados. Isso porque a medida em que se aumenta a altitude, as dificuldades crescem.

“Depois dos 5.500 metros o corpo já não responde normalmente, não funciona como deveria funcionar. Para cada 100 metros que você sobe, os efeitos são enormes e muito graves”, disse.

Em 2017, o atleta chegou a ficar 1 dia inteiro na barraca debilitado e sofrendo o mal de altitude depois de chegar aos 5.500m.

dificuldades

Para alcançar o ponto mais alto das Américas e o maior do mundo fora do continente asiático, onde fica o Everest, é preciso ir além da coragem, vontade e disposição.

“Tudo tem que estar programado. A gente come muito a ‘comida de astronauta’, mas um dos efeitos da altitude é o mal-estar, enjoo. Por isso é importante levar comidas que você vai ter vontade de comer de verdade”, contou.

A hidratação também é fundamental. Como enfrentam um frio de até -35°C, o maior problema não é a transpiração, mas a quantidade de vapor de água perdidos na através da própria respiração.

“O ideal é tomar 7 litros de água por dia, quase três vezes o que tomamos aqui, no nível do mar. No acampamento base tem água. Mas dali pra cima, temos que descongelar gelo”.

SABEDORIA E REFLEXÃO

Mais que um desafio físico, chegar ao cume de um dos picos mais altos do mundo é uma forma de desenvolver o auto conhecimento. “É uma jornada onde você aprende com os erros, e isso você leva para a vida. Você aprende os limites do corpo, e uma decisão errada pode ser fatal. Quando você precisa lidar com situações como essas, se torna uma pessoa mais segura”, contou o atleta.

De acordo com João Vitor, a decisão de voltar para casa em 2017, a 200 metros do cume, foi uma prova do amadurecimento pessoal. “A sensação que eu tive foi de sabedoria. O mais difícil é saber a hora certa de dar meia volta e ir embora, tomar a decisão correta. Saber o momento ideal de para e voltar, reconhecer que ultrapassou o limite do corpo, exige muito autoconhecimento”.

 

O TAMANHO DO DESAFIO - ACONCÁGUA

País: Argentina

Cidade: Mendonza

Localização: Cordilheira dos Andes

Altitude: 6.961 metros

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Curiosidade: O Monte Aconcágua é a maior elevação do mundo fora da Ásia, onde se concentram os grandes elevados da Terra. O maior deles é o Everest, com 8.848m de altitude.

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