> >
Brasileira que vendeu prata olímpica pelo filho pede ajuda ao governo

Brasileira que vendeu prata olímpica pelo filho pede ajuda ao governo

Desde pequeno, o menino sentia um mal-estar, rigidez muscular e confusão no raciocínio. Isso acontecia umas três vezes por dia

Publicado em 20 de abril de 2019 às 11:31

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Cláudia Pastor, ex-pivô, e o filho Maurílio. (Reprodução EPTV)

Em 2016, a ex-jogadora de basquete Claudia Pastor iniciou uma campanha nas redes sociais para conseguir recursos para o tratamento de seu filho, Maurílio. O problema eram crises diárias em que quase perdia a consciência e não sabia onde estava. Ela decidiu leiloar a medalha de prata que havia conquista nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ao lado de Paula e Hortência.

Arrecadou R$ 35 mil, contou com a ajuda de amigos - esportistas e anônimos - e conseguiu os cerca de R$ 100 mil que precisava para a cirurgia na França. Aos 16 anos, o menino está praticamente curado. Claudia se tornou aluna de Direito e quer desenvolver um projeto de assistência jurídica para famílias que precisam de tratamento médico no exterior.

Resumidamente, essa é a trajetória recente dessa ex-pivô de 47 anos, sorridente e que disfarça a altura de 1,90m sempre com sapatos rasteiros. Mas alguns detalhes da história merecem mais atenção. O primeiro é a doença de Maurílio.

Durante anos, o garoto passou por médicos, psicólogos, neurologistas e psiquiatras. Nenhum dele soube dizer a origem das crises. A resposta veio da Unicamp. O nome correto da doença é Hamartona Hipotalâmico. É um tumor benigno no hipotálamo, uma das mais importantes estruturas do sistema nervoso central e responsável pelo controle das emoções e comportamento. Desde pequeno, o menino sentia um mal-estar, rigidez muscular e confusão no raciocínio. Isso acontecia umas três vezes por dia. "Não sentia nenhuma dor, mas perdia minha consciência e perguntava: ‘mãe, onde estou?’", diz o adolescente.

Artur Malzyner, oncologista e consultor científico da Clínica de Oncologia Médica (Clinonco), explica que a doença é rara e pode ser tratada clinicamente. "A cirurgia é delicada, pois envolve uma área de difícil acesso no cérebro", explica o especialista. "Depois da cirurgia, eu me sinto uma pessoa normal. Antes, não andava sozinho e tinha medo de acontecer alguma coisa", diz Maurílio.

A MEDALHA QUE SE FOI 

Cláudia Pastor não tinha recursos financeiros para a cirurgia, que deveria ser realizada na França. Em 2016, o país era um dos poucos que oferecia a cirurgia robótica, ideal para corrigir o tumor em um local delicado como o hipotálamo.

Para custear a viagem, ela fez um leilão da medalha de prata que havia conquistado na Olimpíada de 1996. "A medalha foi arrematada por R$ 35 mil. Mas o valor agregado por ela foi muito maior que esse, pois as pessoas se envolveram e se sensibilizaram", conta.

Este vídeo pode te interessar

Claudia conseguiu R$ 100 mil necessários para a cirurgia. "Não sinto falta da medalha. Eu fiz o que tinha de fazer. Não me arrependo Faria novamente", conta a ex-atleta.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais