Há poucos meses se dissessem para as ultramaratonistas Viviane Motta e Rose Santos que elas estariam na seleção brasileira de ultramaratonas, seria provável que elas não acreditassem. Mas as coisas mudaram em pouco tempo e hoje as duas serão as representantes do Estado no Campeonato IAU Continental de Ultramaratona de 100 K Américas, em julho, na cidade de Bertioga, em São Paulo.
Quis o destino que as muitas lesões sofridas como velocista fizesse com que Viviane, ou melhor, a Vivi, descobrisse uma nova oportunidade no esporte.
Eu era uma das melhores atletas de velocidade do Estado e competia até pouco tempo, mas sofri uma queda e lesionei o fêmur. Foram meses de tratamento, retornei e me lesionei novamente. O médico me falou que eu não conseguiria mais ser tão rápida como antes e fiquei decepcionada. Isso foi no fim do ano passado. Eu já estava de olho em provas mais longas, e como essas provas exigem resistência e não velocidade, mergulhei de cabeça, detalhou a atleta de 39 anos.
Já a ultramaratona foi um caminho natural para Rose. Há três anos ela deu os primeiros passos nas corridas como forma de sair do quadro de obesidade. Rapidamente ela foi evoluindo e perdendo peso para se consolidar em provas de longa distância.
Eu comecei mesmo em busca de mais saúde, pois cheguei a pesar quase 100 quilos. Procurei um especialista para me acompanhar e iniciei nas provas de 5 quilômetros. Depois passei para 10, 21 e quando vi já estava correndo ultramaratonas (provas acima de 50 km). Felizmente me encontrei na modalidade e hoje sou muito feliz competindo e podendo representar o Espírito Santo e também o Brasil, contou a corredora de 42 anos.
Focadas em fazer bonito em São Paulo, Vivi e Rose intensificam os treinos para chegarem na ponta dos cascos na prova.
Eu tenho um lava-jato com meu marido e tenho uma rotina muito puxada, mas faço de tudo para conciliar meu dia a dia com os treinos. Dedico-me muito e conto com o apoio da minha família, pois vivo um sonho em poder representar o Brasil nesta prova, contou Vivi, que mora em Cariacica.
Rose, por sua vez, costuma treinar na orla de Itaparica, em Vila Velha, onde mora e gasta a sola do tênis. São 80, 85 quilômetros por semana. O próximo passo é o Mundial.
Treino para acalmar
Pode não parecer, porém correr os 100 quilômetros da ultramaratona é a parte mais fácil para a dupla capixaba. Controlar a ansiedade e não extrapolar nos treinos às vésperas da competição é um desafio maior.
Não é fácil mesmo. Fico muito preocupada em ir bem, todo dia aquele frio na barriga. O sono não é legal, mas o Gusmão (treinador) tem papel importante. Ele nos passa dicas de quem é uma referência no esporte, diz Rose.
Além das duas capixabas, outras sete brasileiras representarão o país. No masculino, também são nove competidores.
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