> >
Entre o futebol e a passarela, jovem sonha com carreira promissora

Entre o futebol e a passarela, jovem sonha com carreira promissora

Jovem Taynara Dias brilhou no time de São Pedro na Taça das Comunidades. Fora de campo, ela ainda atua como modelo

Publicado em 20 de junho de 2019 às 23:11

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Taynara Dias jogou pelo time de São Pedro na Taça das Comunidades e tem no futebol uma paixão. (Marcelo Prest)

Entre os gramados e as passarelas. São nesses dois palcos que a jovem Taynara Dias da Silva, de 17 anos, divide sua rotina. Seguindo o sonho de ser jogadora de futebol, a modelo participou dos jogos da Taça EDP das Comunidades, com seu time representando o bairro de São Pedro.

"Participar da Taça foi uma grande oportunidade pra mim e o meu time. Neste ano a gente teve mais espaço e aos poucos estamos mostrando que nós mulheres temos sim muito talento e merecemos estar ali e em qualquer outro campeonato", diz.

O futebol sempre esteve presente na vida de Taynara. "É um esporte muito importante pra mim, sempre foi minha paixão, é o que me motiva e onde libero minhas emoções. Desde criança eu jogava aqui no bairro com meus primos, meus tios, meus amigos. E jogo até hoje, eu trocaria qualquer coisa pelo futebol".

OPORTUNIDADE

Aos 14 anos ela conseguiu entrar para a escola de futsal da comunidade e mais tarde surgiu a oportunidade das meninas fazerem parte do Juventus Clube "Foi um grande passo porque todas as meninas que querem jogar bola conseguem e lá é bem tranquilo, os treinadores, os meninos nos apoiam bastante, o que é super bacana. Mas querendo ou não, o futebol masculino é sim mais valorizado que o feminino na sociedade".

Taynara Dias, modelo e jogadora de futebol. (Marcelo Prest)

Em tempos da Copa do Mundo de Futebol Feminino, Taynara assiste todos os jogos da seleção para acompanhar sua maior inspiração, a artilheira Marta. "Eu admiro muito ela não só como jogadora, mas pela sua história de vida. Ela passou por muitas dificuldades quando era pequena e eu me identifico com isso. A mãe dela, assim como a minha, não tinha condições pra ajudar com os custos do futebol. Passar por dificuldades desanima, mas eu fico de cabeça erguida e vejo em como ela foi guerreira e chegou aonde está hoje. Sei que um dia também chego lá".

E foi há alguns meses que a jovem decidiu se aventurar no mundo da moda. Para ela, ser modelo, mais do que um trabalho secundário, é também um hobbie. "Sempre gostei de tirar fotos, sou muito fotogênica. Aí comecei a fazer o curso de modelo durante alguns meses, ganhei o certificado e vou começar a fazer trabalhos como modelo comercial, de passarela. Minha rotina é de manhã estudos, a noite são os treinos de futebol e judô (que eu também pratico) e nos fins de semana me dedico a ser modelo".

A decisão de fazer parte das passarelas não foi só pelo profissional, mas também pelo pessoal. "Eu era muito tímida, bem envergonhada pra tudo. Agora eu to me soltando mais. No curso de modelo também fazemos curso de teatro, passarela, isso tudo me ajudou a conversar melhor, interagir e a ter mais desenvoltura fisicamente falando, até mesmo no futebol".

Sobre ter duas ocupações tão diferentes, ela diz não ter problemas quanto ao apoio que recebe do time. “Todas me apoiam totalmente, ser modelo não vai me atrapalhar, pelo contrário, e quando é preciso representar o time em algum campeonato, estou sempre presente”.

A visibilidade que pode ganhar como modelo é, segundo a atleta, uma grande vantagem para ela. "Eu acho que vai me ajudar muito, tanto como modelo e jogadora, a exposição vai me fazer ganhar dos dois lados. E daí as oportunidades vão surgindo, espero sim ter auxílio com os gastos e conseguir patrocinadores. Representar marcas esportivas, por exemplo, seria um sonho".

Até hoje, mulheres e futebol foram colocados em lados opostos. No entanto, uma transformação, ainda que lenta, acontece e as mulheres, que antes ocupavam lugares secundários, hoje encontram no futebol um lugar de empoderamento e não de estereótipos. E a confiança que Taynara ganha como modelo, ela passa para o futebol.

Este vídeo pode te interessar

"Eu mesma muitos vezes já me peguei desmotivada, me questionava se futebol era mesmo lugar para mulher, se eu deveria estar ali. Hoje eu já não ligo pra opiniões preconceituosas, me sinto mais confiante e sei que o lugar da mulher é onde ela quiser estar. Só depende da gente. E é ótimo me sentir bem podendo fazer tudo o que eu gosto", afirma.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais