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'Tenho capacidade de estar na elite do surfe', diz Krystian Kymerson

"Tenho capacidade de estar na elite do surfe", diz Krystian Kymerson

Surfista capixaba garante que disputar o Oi Rio Pro foi uma injeção de ânimo para brilhar no WQS, a divisão de acesso

Publicado em 27 de junho de 2019 às 23:10

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O surfista Krystian Kymerson. (Marcelo Prest)

Foi só vestir a lycra que a emoção tomou conta. Afinal, o sonho de garoto se realizava naquele momento, ao entrar no mar de Saquarema. Só agora, alguns dias depois, Krystian Kymerson conseguiu cair na real: ele foi o único capixaba a vencer uma bateria do Circuito Mundial de Surfe. O surfista de 26 anos “caiu de paraquedas” no Oi Rio Pro, em Saquarema, e deu conta do recado. Só deixou a etapa quando foi derrotado pelo gigante John John Florence, atual líder do ranking.

O feito inédito fez Krystian focar ainda mais no objetivo que sempre teve: subir do WQS, a divisão de acesso, para a elite do surfe. E a caminhada continua forte já neste final de semana.

49 do segundo tempo

Eu já tinha comprado passagem de volta para o Espírito Santo, porque competi as triagens e fiquei em segundo lugar. Para eu entrar, ou alguém se machucava ou não ia no campeonato. Só que me avisaram que o Mateus Herdy estava machucado. Nunca vou torcer pra alguém se machucar, o Mateus é muito amigo meu. No dia seguinte, no primeiro dia de competição, ele estava mais ou menos e saiu carregado de novo. Ele me avisou que estava mal e que a vaga era minha. Eu já não conseguia mais dormir, era o meu maior sonho: correr uma etapa e mostrar para o mundo o que eu sei fazer. Tive essa oportunidade.

Emoção

O momento mais especial foi quando botei a lycra, era meu sonho. Colocar aquela camisa do WCT foi especial, incrível. Corri para dentro d’água, a torcida inteira torcendo por mim e tive que correr porque deu vontade de chorar. Foi muito emocionante. O Filipe Toledo trocou uma ideia comigo, ele é um grande amigo, e falou: “Seja bem-vindo, sente esse gostinho que é muito bom”. É um gosto que eu quero voltar a sentir.

O surfista Krystian Kymerson no Oi Rio Pro etapa da WSL na Praia de Itaúna, Saquarema. (Clever Felix/Agência O Dia)

Bateria vencida

A primeira bateria era muito difícil, com Jordy Smith e Adrian Buchan, dois caras que estão disputando o título também. Querendo ou não ganhei o cara que foi vice-campeão da etapa (Jordy). Fiz tudo que sei, manobras aéreas, de borda, e a praia inteira gritou muito. A galera gostou do meu surfe, isso valeu para mim.

John John Florence

Eu sabia que eu poderia pegar o líder do Circuito, então teria que dar um pouco mais de mim contra o John John. Cheguei e surfei de igual para igual. Infelizmente eu cai em uma onda muito boa para virar, mas foi uma sensação única. Estou muito feliz de ter apresentado um excelente trabalho para o mundo inteiro.

Motivação

Esse ano abdiquei de muita coisa, estou treinando muito forte e agora é focar nas etapas do WQS. Estou indo sábado para África para uma etapa de 10 mil pontos. Lá no Rio foi um sonho e me motivou muito mais para treinar. Só de poder bater de frente com os melhores do mundo é sinal que tenho capacidade de estar lá. Quero ser o primeiro capixaba a subir para a elite do surfe mundial.

O surfista Krystian Kymerson no Oi Rio Pro etapa da WSL na Praia de Itaúna, Saquarema. (CLEVER FELIX/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/)

WQS

Sobem 10 do WQS para a elite. Desde 2014 eu estou no Prime, que são os 96 melhores do WQS. Hoje estou em 16 do ranking: fiquei em 9 em Noronha, em 9 na Austrália, em 9 no Peru e em 9 e 3 nas etapas de Portugal. Agora é focar nos melhores eventos, de 10 mil pontos, que são a partir de agora: África, Califórnia, perna da Europa e Havaí.

Desistir?

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No início de 2018 eu estava desanimado, pensando em parar de competir por falta de apoio. Mas graças a Deus estou com uma equipe muito boa. Comecei a correr as etapas do Brasileiro, não tinha ido para nenhuma etapa do WQS e consegui ser campeão brasileiro. Ano passado fiz cinco etapas do Mundial, me mantive entre os 59 do mundo, então consegui a vaga no Prime.

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