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Lei que viabiliza área de treino para ciclistas em Vitória não sai do papel

Lei que viabiliza área de treino para ciclistas em Vitória não sai do papel

Projeto foi aprovado em setembro de 2018 pela câmara e quase um ano depois, os atletas ainda esperam pela implantação da primeira área destinada aos treinamentos

Publicado em 28 de julho de 2019 às 05:17

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Sandro de Oliveira,ciclista . (Ricardo Medeiros)

O ciclismo é um esporte que arrebata apaixonados pelo Espírito Santo. Entretanto, ainda faltam áreas reservadas para a prática da modalidade, e esse é um problema que parece não ter fim. A lei Nº 9.315/18, de autoria do vereador Max da Mata (PSDB), que visa a criação de Áreas de Proteção aos Ciclistas de Competição (APCC) em Vitória, foi aprovada em setembro de 2018 pela câmara e quase um ano depois, os atletas ainda esperam pela implantação da primeira área destinada aos treinamentos. O projeto segue parado e sem data prevista para entrar efetivamente em vigor.  

Inicialmente, a primeira área seria implementada na avenida Norte-Sul, em um trecho de 2,7km entre as avenidas José Maria Vivacqua e Rua Gelu Vervloet dos Santos, no sentido Vitória. Para minimizar os impactos no trânsito, o fechamento da pista seria feito das 4h às 6h nos dias de semana e das 5h às 10h aos domingos e feriados. 

Vitória pode ter área de treinamento para ciclistas de competição. (Infografia/Genildo)

Em abril deste ano, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) suspendeu provisoriamente a eficácia da lei alegando inconstitucionalidade na proposta. No entanto, o vereador Max da Mata afirmou que não há nenhum impeditivo no processo para implantação da área em Jardim Camburi.

Segundo o vereador falta apenas organização da Secretaria Municipal de Transporte (Setran) com a Secretaria de Segurança Urbana (Semsu) para que, com apoio da guarda municipal, o trecho comece a ser utilizado. 

Aspas de citação

Não tem custo nenhum. É cone para fechamento de via e separação de uma faixa de rolamento para outra, na pista que vai correr nos dois sentidos. Não tem absolutamente nada demais pra fazer essa interdição, são todos materiais que a prefeitura já dispõe, não tem que fazer placa nova, nada disso

Max da Mata, vereador
Aspas de citação

Max da Mata relatou ainda que a Prefeitura de Vitória se comprometeu a implantar imediatamente a área, em sua última prestação de contas. Já a Setran informou por meio de nota que está avaliando a melhor maneira de viabilizar o projeto no local. O órgão informou ainda que valoriza a mobilidade urbana, a segurança e o conforto dos usuários, e por isso a intenção é contemplar a maior quantidade possível de pessoas. 

Comunidade esportiva fica na bronca 

Sem uma área segura destinada à prática do esporte, o principal local de atividades ainda são as grandes rodovias. Os ciclistas e praticantes de triatlo do município enfrentam diariamente situações de risco por não ter um espaço adequado para os treinos. Os atletas reclamam que as condições para prática estão piores. Falta de respeito, insegurança e problemas com asfalto estão entre as principais queixas.  

Hellen Fante é uma das principais triatletas do Espírito Santo e também sofre com a falta de áreas para treinos. (Hellen Fante/Acervo pessoal)

Para a triatleta Hellen Fante, ir treinar envolve preocupações que vão além do fluxo de veículos nas rodovias. Nas competições de triatlo desde 2014, Hellen costuma alternar os seus treinos entre a Rodosol e a BR 101, segundo ela, há muita falta de respeito e insegurança, sendo comum casos de assalto e acidentes. “Como não tem um lugar próprio eu tenho que fazer um planejamento, pensar para onde eu vou, chamar gente pra ir junto. Tendo áreas reservadas eu não precisaria ficar nessa missão, facilitaria muito já ter um lugar certo pra ir” afirma. 

De acordo com o Márcio Rodrigues, presidente da Federação Capixaba de Triathlon (Fecatri), mesmo com as constantes campanhas de conscientização para segurança, dividir a pista tem sido cada vez mais perigoso. Praticante de triatlo há mais de 30 anos, Márcio comenta que, apesar do horário compacto, a expectativa pela inauguração do trecho na avenida Norte-sul é grande. “É melhor treinar um pouco mais cedo mas com segurança do que se arriscar na estrada movimentada, no meio dos carros. Tudo é uma questão de hábito, a partir do momento que a lei estiver valendo, a gente vai utilizar esse espaço.” garante o atleta.

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O presidente da Federação Espírito Santense de Ciclismo, Sandro de Oliveira, vê vantagens no local previsto para as interdições. “A Federação de Ciclismo faz várias provas na avenida Norte-Sul. A gente já utiliza bastante a área para competição, campeonatos estaduais e infantil, o pessoal já conhece. Por isso é um bom local para o treinamento, já conhecemos o espaço. Então, quando tivermos o projeto funcionando permanentemente vai ser melhor ainda”, completa.

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