O advogado Cristiano Zanin Martins afirmou nesta sexta-feira, 26, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sereno em relação à apreensão de seu passaporte. Segundo o criminalista, no entanto, existe evidentemente a indignação.
Zanin Martins entregou o passaporte de Lula à Polícia Federal, em São Paulo, por ordem do juiz feder Ricardo Leite, de Brasília, que conduz a Operação Zelotes.
O ex-presidente Lula está sereno, mas existe evidentemente a indignação de todo cidadão que passa por uma restrição indevida dos seus direitos, declarou.
O ex-presidente está proibido de deixar o Brasil. A decisão do magistrado impediu a ida do petista para a Etiópia. O Instituto Lula anunciou o cancelamento da viagem a seis horas do embarque para o país africano.
Lula embarcaria às 2h30 desta sexta-feira para Adis Abeba, capital etíope, com a volta programada para o dia 29. Ele participaria de um encontro da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a convite da União Africana, que reúne 54 países.
Era um evento importante, era muito relevante que o Brasil pudesse participar dessa discussão através da presença do ex-presidente Lula. Já havia participado do mesmo evento há cinco anos, afirmou Zanin.
Ao pedir o recolhimento do passaporte, os procuradores Anselmo Lopes e Hebert Mesquita afirmaram que a execução provisória da pena do petista no caso do triplex pode ocorrer em questão de semanas. Eles escreveram também que é possível afirmar que passou a existir risco concreto de possível fuga do País.
A decisão de apreender o passaporte de Lula foi tomada no âmbito da Operação Zelotes, que apura tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa na compra dos caças suecos Gripen e na prorrogação de uma medida provisória.
Na quarta-feira, 24, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, confirmou a condenação imposta a Lula pelo juiz Sérgio Moro, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato. A pena foi elevada de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês de prisão e será cumprida após a análise dos embargos de declaração, único recurso cabível, mas que não altera a decisão.
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