Divulgado nesta sexta-feira, o balanço anual do Painel das Vendas de Livros no Brasil", que coleta semanalmente os dados do caixa das livrarias físicas e virtuais, além de varejistas colaboradores, mostra que o ano de 2017 foi positivo para o mercado livreiro. De acordo com a pesquisa, realizada pela Nielsen Bookscan Brasil em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, as vendas de livros ao longo do ano passado tiveram um aumento de 4,55% em volume (o equivalente a 1,8 milhão de exemplares) e incremento de 6,15% em faturamento, o que corresponde a cerca de R$ 100 milhões.
Desde que o levantamento começou a ser feito, em 2013, é o primeiro balanço anual com resultados positivos, acima da inflação (que ficou em 2,94%), segundo Ismael Borges, gestor da Bookscan Brasil.
Houve uma propensão macroeconômica e uma inflação mais baixa, que fez com que a receita fosse melhor que nos anos anteriores diz Borges.
Os números mostram uma recuperação em relação ao fraco 2016. Naquele ano, com uma inflação em 6,29%, o volume havia ficado em -10,84% e, o valor, em -3,9%. O resultado de 2017 mostra ainda um sinal de solidez, já que o aumento das vendas não foi impulsionado por nenhum fenômeno atípico.
Em 2015, por exemplo, quando o faturamento chegou a 3,43%, o mercado teve o impacto da febre dos livros de colorir, que mascarou os problemas de um ano não tão bom assim. Importante lembrar, porém, que o último período de 2017 foi essencial no cálculo especialmente a semana do Natal, com crescimento de 16% em faturamento em comparação à mesma semana de 2016.
A melhor notícia de 2017 é que não houve nenhum grande acontecimento, e, ainda assim, os números foram positivos. Ou seja, o mercado se mostrou não dependente de fenômenos atípicos e arrebatadores analisa Borges. Houve crescimento sólido, regular e bem distribuído entre os gêneros de livro.
Entre as estratégias de 2016 que começaram a dar frutos em 2017, vale destacar a aposta em autores nacionais. Sem dinheiro para arrematar best-sellers estrangeiros em leilões, as editoras se voltaram para livros brasileiros. E, ao contrário do ano anterior, desta vez não foram apenas os youtubers que se destacaram.
O levantamento do Painel, inclusive, mostra um aumento da procura por ISBN (registros de títulos) diferentes (17,8%), sinal de uma maior diversidade no mercado, com as vendas se espalhando por diversos gêneros.
Entre os que tiveram alta em 2017 estão literatura brasileira, religião e desenvolvimento pessoal. Já em queda estão culinária, literatura estrangeira e livros para concurso público.
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