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Avião da FAB vai transportar venezuelanos para São Paulo e Amazonas

Avião da FAB vai transportar venezuelanos para São Paulo e Amazonas

Governadora de Roraima se reuniu nesta sexta-feira (23) com o presidente Michel Temer

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 21:48

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Parte dos refugiados venezuelanos serão transferidos para São Paulo e Amazonas. (Reprodução/TV Globo)

Um avião da Força Aérea Brasileira vai ser usado para transportar, para São Paulo e Amazonas, refugiados venezuelanos que atualmente vivem em abrigos e espaços públicos de Roraima. Os imigrantes que comprovarem ter capacitação profissional, como médicos, engenheiros e professores, vão ter prioridade nessa primeira leva de "interiorização". Trezentos refugiados estão sendo cadastrados para, já na próxima terça-feira (27), embarcarem para São Paulo.

A informação foi divulgada pela governadora de Roraima, Suely Campos, logo após um encontro dela com o presidente Michel Temer, na manhã desta sexta-feira (23). A governadora passou os últimos três dias em Brasília, em busca de apoio financeiro para arcar com o custos do fluxo migratório.

"Nosso estado está com dificuldade fiscal, por conta do impacto imigratório, mas também do aumento da dívida pública e do custo do duodécimo dos poderes. Isso vem sufocando o estado, por isso é preciso que a União ofereça socorro para Roraima sair dessa situação", explicou ela.

A governadora diz que aumentou em 100 por cento, em 2018, a demanda por matrículas nos colégios públicos do estado. Na saúde, a imigração em massa refletiu no aumento de 2.000% dos atendimentos, segundo Suely.

"Nossa população cresce e nós temos que aumentar a prestação de serviço. Eu fiz uma visita ao Hospital Geral e, naquele momento, estavam internados 40 venezuelanos", acrescentou.

Em entrevista ao GLOBO, a governadora disse que também pediu apoio ao governo para melhorar a patrulha na fronteira. Reconheceu que investigações policias recentes identificaram a atuação do crime organizado (especialmente o PCC) no recrutamento de venezuelanos na fronteira com o Brasil.

"Quando o ministro da Defesa esteve em Roraima, nós informamos a ele o que nossas polícias detectaram em relação ao crime organizado. Sobre a conexão do crime organizado de Roraima com o da Venezuela e o aliciamento de venezuelanos lá na fronteira, na cidade de Pacaraima. Os mais vulneráveis são recrutados pelo crime organizado, sendo que o PCC recruta em maior quantidade", destacou Suely.

A governadora afirma que, desde o início de 2017, tem pedido ajuda ao governo federal para resolver o problema imigratório. Questionada sobre se o governo Federal demorou a agir, Suely diz que “sim”, mas minimiza.

"Certamente houve uma demora. Mas o importante é que eles chegaram, e que a equipe de governo e o próprio presidente assumiram essa questão, que é tão complexa e que o estado não poderia resolver só. Nem estado, nem o município, nem ninguém. Essas fronteiras têm um problema muito forte do tráfico de drogas, e isso é também uma questão de segurança nacional. O governo federal tem que assumir", disse a governadora.

Governo de Roraima teme ainda que aconteça um colapso no sistema de energia do estado, que é 70% abastecido por hidrelétricas da Venezuela. Segundo ela, as linhas elétricas que vem do país de Maduro estão “completamente sucateadas”. Isso soma-se ao fato de Roraima ser o único estado do país que não está integrado no sistema nacional de energia.

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Suely cobra ainda a instalação de um barreira sanitária na fronteira, assim como aumento do efetivo do Exército para fiscalizar as cabriteiras (passagens clandestinas de imigrantes abertas na fronteira seca).

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