O Brasil poderá recorrer caso os Estados Unidos ampliem a tributação ou criem cotas para o aço brasileiro. Essa foi a principal mensagem que o secretário americano de Comércio, Wilbur Ross, passou ao ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, na reunião em que ambos tiveram nesta terça-feira (27) em Washington. O presidente Donald Trump tem até meados de abril para decidir sobre o tema, e o governo tem sinalizado que o Brasil está entre as nações que deverão ser penalizadas pela estratégia americana de proteger suas indústrias do setor.
"Nós trouxemos (para a reunião com o secretário) os pontos por parte do Brasil tanto com relação aos semimanufaturados, os semiacabados e com relação ao que isso representa em termos de exportação do Brasil aos EUA, mas também o que nós compramos dos EUA como carvão, por exemplo, em que somos o principal país que compra dos EUA. Ele ouviu atentamente como se comprometeu a levar para o presidente Trump" disse o ministro. "A decisão fatalmente será publicada até o dia 11 de abril. O que ele sinalizou é que após essa publicação, caso haja sanção que envolva o nosso país, haverá prazer para recursos e que serão considerados pedidos de reanálise para a exclusão de países eventualmente afetados por uma medida".
O ministro não detalhou como funcionaria este recurso e qual o prazo para ele ser apreciado pelo governo americano. O governo americano estuda maneiras de proteger sua indústria de aço e alumínio e o presidente Donald Trump tem até 19 de abril para decidir entre implementar uma tarifa de ao menos 53% de importação para Brasil, China, Rússia e outras nove nações, criar cotas de importação ou elevar o imposto de importação para ao menos 24% para o produto de forma linear a todos os países. Estas três medidas foram sugeridas pela Secretaria de Comércio dos EUA e enviadas para a Casa Branca.
MINISTRO BRASILEIRO ESTÁ CONFIANTE
Lima disse que saiu confiante da reunião e que não viu nenhuma sinalização que poderá vir a ser tomada pelo presidente Trump. Em sua argumentação, o ministro lembra que 80% da exportação brasileira de aço aos EUA é de produtos semi-acabados, ou seja, ajuda a indústria americana. E que, para isso, o Brasil importa carvão dos EUA. Os Estados Unidos representam um terço das cerca de 15 milhões de toneladas exportadas anualmente pelas empresas brasileiras. O Brasil já é o segundo maior exportador de aço aos EUA, atrás apenas do Canadá.
Lima contou que, para os americanos, o tema mais importante na relação bilateral é a propriedade intelectual e que o país quer ampliar a cooperação nesta área. Ele também questionou o Brasil sobre a taxa criada para a importação de etanol e o ministro disse que explicou que esse custo extra ocorre de maneira igual a todos os países e que os níveis históricos de venda de etanol dos EUA ao Brasil não sofreram com esta taxação. Este é um pleito antigo dos americanos, mas o ministro havia dito, na noite de segunda-feira, que não iria propor barganha com os americanos no tema do aço.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta