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Brasil poderá recorrer de taxação americana do aço

Brasil poderá recorrer de taxação americana do aço

Secretário dos EUA ouviu argumentos do ministro da indústria em reunião em Washington

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 20:52

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Os presidentes dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e do Brasil, Michel Temer, durante jantar de trabalho. (Beto Barata/PR)

O Brasil poderá recorrer caso os Estados Unidos ampliem a tributação ou criem cotas para o aço brasileiro. Essa foi a principal mensagem que o secretário americano de Comércio, Wilbur Ross, passou ao ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, na reunião em que ambos tiveram nesta terça-feira (27) em Washington. O presidente Donald Trump tem até meados de abril para decidir sobre o tema, e o governo tem sinalizado que o Brasil está entre as nações que deverão ser “penalizadas” pela estratégia americana de proteger suas indústrias do setor.

"Nós trouxemos (para a reunião com o secretário) os pontos por parte do Brasil tanto com relação aos semimanufaturados, os semiacabados e com relação ao que isso representa em termos de exportação do Brasil aos EUA, mas também o que nós compramos dos EUA como carvão, por exemplo, em que somos o principal país que compra dos EUA. Ele ouviu atentamente como se comprometeu a levar para o presidente Trump" disse o ministro. "A decisão fatalmente será publicada até o dia 11 de abril. O que ele sinalizou é que após essa publicação, caso haja sanção que envolva o nosso país, haverá prazer para recursos e que serão considerados pedidos de reanálise para a exclusão de países eventualmente afetados por uma medida".

O ministro não detalhou como funcionaria este recurso e qual o prazo para ele ser apreciado pelo governo americano. O governo americano estuda maneiras de proteger sua indústria de aço e alumínio e o presidente Donald Trump tem até 19 de abril para decidir entre implementar uma tarifa de ao menos 53% de importação para Brasil, China, Rússia e outras nove nações, criar cotas de importação ou elevar o imposto de importação para ao menos 24% para o produto de forma linear a todos os países. Estas três medidas foram sugeridas pela Secretaria de Comércio dos EUA e enviadas para a Casa Branca.

MINISTRO BRASILEIRO ESTÁ ‘CONFIANTE’

Lima disse que saiu “confiante” da reunião e que não viu nenhuma sinalização que poderá vir a ser tomada pelo presidente Trump. Em sua argumentação, o ministro lembra que 80% da exportação brasileira de aço aos EUA é de produtos semi-acabados, ou seja, ajuda a indústria americana. E que, para isso, o Brasil importa carvão dos EUA. Os Estados Unidos representam um terço das cerca de 15 milhões de toneladas exportadas anualmente pelas empresas brasileiras. O Brasil já é o segundo maior exportador de aço aos EUA, atrás apenas do Canadá.

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Lima contou que, para os americanos, o tema mais importante na relação bilateral é a propriedade intelectual e que o país quer ampliar a cooperação nesta área. Ele também questionou o Brasil sobre a taxa criada para a importação de etanol e o ministro disse que explicou que esse custo extra ocorre de maneira igual a todos os países e que os níveis históricos de venda de etanol dos EUA ao Brasil não sofreram com esta taxação. Este é um pleito antigo dos americanos, mas o ministro havia dito, na noite de segunda-feira, que não iria propor “barganha” com os americanos no tema do aço.

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