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Comlurb recolhe 486 toneladas de lixo em quatro dias de carnaval

Comlurb recolhe 486 toneladas de lixo em quatro dias de carnaval

Mesmo ruas que não tiveram folia amanheceram repletas de detrito

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 10:34

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Lixo no metrô durante o carnaval de 2018. (Reprodução)

Nem tudo foi alegria. Os cortejos que desfilaram pelas ruas da cidade arrastaram uma multidão de animados foliões, mas deixaram para trás um rastro de sujeira e de desordem. Da Zona Sul, passando pelo Centro, até a Zona Norte, o bloco dos “sujismundos” teve muitos participantes: as ruas ficaram repletas de poças de xixi, restos de fantasias, latas, garrafas e toda sorte de lixo, ofuscando o brilho da festa. Em alguns bairros, como Copacabana, onde se apresentaram gigantes como o Bloco da Favorita, a falta de educação atingiu proporções gigantescas. Após a passagem do bloco, a Comlurb recolheu 35 toneladas de lixo, dando ao evento o título de campeão da produção de detritos este ano. O segundo lugar ficou com o Cordão do Bola Preta, com 27,6 toneladas. Este ano, foram varridas das ruas 486,5 toneladas de lixo nos quatro dias de festa, superando as 450,3 toneladas de 2017.

E não foi apenas um arranhão na imagem da cidade que os porcalhões deixaram. A falta de educação coletiva também atrapalhou a evolução dos foliões. A estudante Maria Luiza Freitas, de 25 anos, por exemplo, quase cortou o pé numa garrafa de cerveja quando brincava na Banda de Ipanema.

— Achei que as pessoas podiam guardar sua garrafa e suas latinhas até encontrar uma lata de lixo. Nada a ver fazer tanta sujeira, tremenda falta de educação — reclamou.

De acordo com a Comlurb, de sexta-feira até ontem, 642 pessoas foram multadas no carnaval de rua carioca: 544 por urinar em vias públicas e 98 por jogar lixo em local inadequado. Moradora da Rua Francisco Otaviano, em Copacabana, a dona de casa Isabel Lima, de 50 anos, diz que teve a sensação de que este ano o bairro ficou mais sujo:

— Nos outros anos, eu não sentia tanto cheiro de urina. E nem via tantas garrafas de bebida espalhadas pelas esquinas. Os pobres dos garis varrem, mas logo em seguida vem outro grupo para sujar.

E o problema não ocorreu somente nas ruas em que passaram blocos. Segundo a presidente da Associação de Moradores do Leblon, Evelyn Rosenzweig, nos dias de folia, a Rua Dias Ferreira virou cenário de desordem.

— Este ano, a falta de educação imperou. Na Dias Ferreiras, devia ter umas 200 mil pessoas por dia bebendo e jogando garrafas no chão. Havia também muito ambulantes. No próximo ano, vai ser preciso aumentar o número de guardas municipais, não foi suficiente — disse.

O MetrôRio também divulgou um balanço parcial do volume de lixo recolhido em vagões e estações entre sábado e anteontem: foram 476,8 mil litros, cinco vezes mais do que o somatório de três dias úteis, diz a concessionária.

O presidente da Riotur, Marcelo Alves, não tem dúvidas de que este ano os foliões produziram mais lixo.

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— A prefeitura se estruturou para um evento complexo e gigantesco, mas muitos blocos subestimam os números. O Chora Me Liga, por exemplo, informou que teria 50 mil foliões, trabalhamos com a hipótese de 100 mil, mas compareceram 600 mil. Não há estrutura que dê conta de atender tanta gente.

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