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Justiça anuncia reforço em rodovias de estados próximos ao Rio

Justiça anuncia reforço em rodovias de estados próximos ao Rio

Ministro Torquato Jardim se reuniu com secretários de Segurança de SP, ES e MG para discutir possíveis efeitos da intervenção federal

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 17:05

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O ministro da Justiça Torquato Jardim se encontrou, nesta quinta-feira (22), em São Paulo, com os secretários de Segurança de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo para discutir eventual migração de criminosos motivada pela intervenção federal no Rio de Janeiro.

Segundo ele, a maior preocupação dos estados vizinhos à capital carioca é o tráfico de armas e de drogas. Jardim falou ainda que em algumas semanas se verá ações concretas deste encontro, "depois de ajustados mecanismos legais e operacionais necessários".

Entre as medidas discutidas está a de aumentar o controle nas fronteiras, intensificando ação conjunta entre as polícias rodoviárias federal e estadual em rodovias como a Fernão Dias e a Dutra. Para isso, será adotado um protocolo formal de intenções, atendendo exigências formais e legais, segundo Jardim.

"Migração não há. Desde a Eco 92, a Copa do Mundo e as Olimpíadas nunca houve qualquer registro de migração de grupos do Rio para esses Estados. O que afeta é o fluxo e a circulação da droga e da arma. Esse estrangulamento que nós vamos continuar aprimorando. É o reforço de uma tarefa que os três Estados já realizam, de controle no fluxo nas estradas", explicou o ministro, que não descartou atender a outros estados em caso de necessidade.

Jardim foi interpelado ainda sobre resultados efetivos da intervenção federal no Rio de Janeiro, uma vez que grupos criminosos existem e se aparelham há pelo menos duas décadas. Para ele, o diferencial, desta vez, é o maior empenho entre os governos federal e estadual.

"Há um empenho particular do governo federal com o governo estadual de fazer uma interferência agora. É a primeira vez que se faz uma intervenção federal. E isso é uma mudança fundamental de concepção e cooperação", afirmou ele.

Os estados vizinhos ao Rio já haviam manifestado preocupação com um eventual crescimento da violência devido à intervenção. Nesta quarta (21), o Espírito Santo anunciou que iria aumentar o efetivo policial nas ruas. O secretário de segurança de São Paulo Mágino Alves disse, no entanto, que o clima é de tranquilidade na capital paulista, apesar dos últimos eventos.

Na última sexta-feira (16), dois integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram encontrados mortos na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Um deles é Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, o número um do grupo fora da prisão. O outro morto é Fabiano Alves de Souza, conhecido como Paca.

Nesta quarta-feira (21), o chefe maior da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi condenado a 30 anos de reclusão por envolvimento em um esquema criminoso que contava com a participação de advogados e foi descoberto pela Operação Ethos, desencadeada em 2015 pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Polícia Civil. Ele já cumpre pena em Presidente Venceslau.

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"Esses eventos não alteraram em nada o quadro de tranquilidade do estado. Fora dos presídios não detectamos nenhum tipo de anormalidade na situação, e nos presídios o clima é de absoluta tranquilidade. Não há motivo para qualquer tipo de receio em relação a essas mortes e condenação dessas lideranças — garantiu Mágino Alves", declarou Camacho.

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