A quadra da Paraíso do Tuiuti não para de encher à medida que o fim da apuração se aproxima. A cada nota dez, pelo menos 500 pessoas pulam e cantam como se a agremiação fosse a campeã. O intérprete, Nino do Milênio, que estreou este ano à frente de uma escola do Grupo Especial após quatro anos na Inocentes de Belford Roxo, não contém a emoção.
"O Brasil abraçou nosso samba, que fala de injustiça social, de escravidão, de leis trabalhistas. Nosso samba está sendo falado até nos Estados Unidos", afirma o intérprete de apenas 28 anos.
A bateria da escola anima a multidão, que entoa gritos de Fora Temer com a mesma intensidade com que canta o samba.
"É o melhor samba da história da Tuiuti, e o maior samba deste ano. Vai ficar para sempre" disse a diretora da escola Claudia Souza, de 51 anos.
A Tuiuti faturou o Estandarte de Ouro do GLOBO e Extra de destaque do Carnaval, graças a sua comissão de frente "O grito de liberdade". Com a pergunta-enredo Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?, ela arrancou aplausos na Sapucaí.
"Não esquecemos o que aconteceu no ano passado. Somos uma escola pequena, temos humildade, sofremos até hoje com o acidente do carro alegórico. Mas sempre acreditamos no nosso carnaval".
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