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Termina hoje prazo para defesa de Lula apresentar recurso no TRF-4

Termina hoje prazo para defesa de Lula apresentar recurso no TRF-4

PT fará atos políticos para contrapor possível prisão e nova condenação do ex-presidente

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 13:26

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Ex-presidente Lula . (Fernando Madeira)

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até as 23h59 desta terça-feira para apresentar recurso contra a condenação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no processo do tríplex do Guarujá. Chamado de embargo de declaração, o recurso serve para esclarecer algum ponto do acórdão dos desembargadores, que conderam o petista a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro em 24 de janeiro, mas não pode alterar a decisão.

Nas próximas semanas, o petista deve enfrentar uma extensa agenda jurídica. Após a decisão sobre o embargo, o que deve ocorrer até o fim de março, a Justiça pode determinar a prisão de Lula para cumprimento da pena. No mesmo período, o juiz Sergio Moro deve dar sentença no caso que envolve o apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, o que pode representar uma segunda derrota. E, enquanto isso, a defesa aguarda o julgamento de um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a prisão de Lula.

Para evitar que o ex-presidente se torne refém dessa agenda jurídica, dirigentes petistas estão preocupados em criar fatos políticos. Para isso, o PT prepara uma série de eventos públicos em pelo menos quatro estados no período. Até 19 de março, Lula fará atos em Belo Horizonte, São Paulo, Salvador e uma caravana pelo Rio Grande do Sul. No meio das viagens, ele deve fazer palestras em universidades e acompanhar o Fórum Social Mundial, em Salvador.

A mudança nas datas de sua caravana pelo Rio Grande do Sul, adiada em mais de 20 dias e prevista agora para começar em 19 de março, deixou uma espécie de vácuo na agenda do petista.. Segundo pessoas próximas, a avaliação é de que Lula precisa aproveitar o período para viajar o país e a sensibilizar o eleitorado sobre a importância de que seu nome seja mantido na disputa à presidência.

O primeiro evento está previsto para esta quarta-feira, quando Lula desembarca em Belo Horizonte para participar de ato em defesa de sua pré-candidatura. No dia seguinte, voltará a São Paulo, onde acompanhar ato de aniversário dos 38 anos de fundação do PT. Nos discursos, a estratégia é atacar a condenação na primeira e na segunda instâncias e manter tom conciliador em relação aos tribunais superiores.

Entre 13 e 17 de março, Lula deve estar em Salvador para a 13ª edição do Fórum Social Mundial.

PT SE PREPARA PARA EVENTUAL PRISÃO

Com a proximidade do julgamento do recurso no TRF-4, aliados admitem que o PT planeja uma estratégia de reação em caso de prisão de Lula. Segundo levantamento feito pelo GLOBO com base em decisões anteriores, os desembargadores costumam levar 37 dias para analisar um embargo de declaração, o que levaria a uma decisão no fim de março. Segundo súmula do TRF-4, após a análise do recurso, o réu deve começar a cumprir pena.

Ao mesmo tempo, porém, a legenda ainda nutre esperança de que um habeas corpus no STF possa manter a candidatura em pé. Embora as lideranças do partido adotem cautela ao tratar de uma eventual prisão, nos bastidores já se cogitou estratégias que vão desde vigílias de militantes próximos à casa do ex-presidente em São Bernardo do Campo até a possibilidade de um plano B para a candidatura ao Planalto.

Oficialmente, o partido mantém o discurso de que fará o registro de candidatura do ex-presidente em 15 de agosto mesmo que ele esteja preso. Reservadamente, no entanto, os nomes mais especulados para suceder o petista continuam sendo os do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e do ex-governador Jacques Wagner.

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Contra o primeiro pesa certa rejeição da militância no partido. Lideranças entendem também que lhe falta capacidade de articulação política e que seu discurso não alcança o eleitorado popular. O nome de Wagner, por sua vez, poderia ser mais palatável no eleitorado pobre das regiões norte e nordeste e também das periferias e favelas das capitais e regiões metropolitanas, onde Lula tem grande capilaridade.

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