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Desembargadora que fez comentário sobre Marielle admite erro

Desembargadora que fez comentário sobre Marielle admite erro

No comunicado, a magistrada afirma que deveria ter esperado o fim das investigações policiais antes de opinar na condição de cidadã

Publicado em 19 de março de 2018 às 22:50

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Post de desembargadora que criticou a vereadora Marielle . (Reprodução)

A desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, que na semana passada afirmou em uma rede social que a vereadora Marielle Franco, executada junto com seu motorista na última quarta-feira (14), "estava engajada com bandidos" e "não era apenas uma lutadora", divulgou uma nota sobre o assunto. No comunicado, a magistrada afirma que deveria ter esperado o fim das investigações policiais antes de opinar na condição de cidadã.

"No afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada, notícias que circulavam nas redes sociais.

A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações, para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema", escreveu.

A nota afirma ainda que o comentário foi feito em uma discussão no Facebook de um colega, e que ela espera que o 'bárbaro crime seja desvendado o mais rápido possível'.

"Independentemente do que se conclua das investigações, a morte trágica de um ser humano é algo que se deve lamentar e seus algozes merecem o absoluto rigor da lei", conclui.

O comentário foi feito na última sexta-feira, no Facebook de Paulo Nader, magistrado aposentado da Justiça fluminense e professor emérito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Ele publicou um post em que comentava a comoção provocada pela morte de Marielle e a justificava pelo fato de a vereadora ser "uma lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida".

Segundo a desembargadora, no cargo desde 11 de dezembro de 2006, "a tal Marielle descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores", que, segundo Marília, seriam do Comando Vermelho. Marielle, na avaliação da desembargadora, foi assassinada "por seu comportamento, ditado por seu engajamento político".

"Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro", escreveu.

COMENTÁRIO SOBRE PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

Outro post polêmico que teria sido feito pela desembargadora, e que circula pelas redes, é uma publicação sobre a notícia de uma professora com Síndrome de Down.

"O que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?", diz um trecho da mensagem que está sendo duramente criticada.

Não é possível, no entanto, saber de quando é a mensagem, e nem se realmente ela foi feita pela magistrada.

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Vista como uma pessoa polêmica por seus colegas e conhecida pelas opiniões fortes, a desembargadora no entanto é reconhecida por ser tecnicamente boa. Marília entrou na magistratura pelo chamado quinto constitucional, que determina que um quinto das vagas de determinados tribunais brasileiros seja preenchido por advogados e membros do Ministério Público, caso da desembargadora.

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