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Jungmann muda versão sobre desvio de munição nos Correios da Paraíba

Jungmann muda versão sobre desvio de munição nos Correios da Paraíba

De acordo com ministro, cápsulas foram encontradas no local, e não roubadas

Publicado em 19 de março de 2018 às 18:08

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Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, divulgou nota nesta segunda-feria (19) alterando a informação que deu na última sexta-feira (16), de que a munição do mesmo lote usado pelos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) foi roubada na sede dos Correios da Paraíba.

Segundo o ministério, a Polícia Federal instaurou o inquérito policial número 1909/2017, na delegacia de Campina Grande, na Paraíba, para apurar o arrombamento da agência dos Correios do município paraibano de Serra Branca, ocorrido em 24 de junho de 2017. De acordo com a nota, bandidos explodiram o cofre da agência e roubaram objetos e valores.

Na cena do crime, a Polícia Federal encontrou cápsulas de munições diversas, entre elas do lote vendido à PF de Brasília, em dezembro de 2006, pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) e usado no crime no Rio de Janeiro. Na nota, o ministro esclarece que não associou diretamente o episódio da Paraíba com as cápsulas encontradas no local do assassinato da vereadora e de seu motorista. Explica que a presença dessas cápsulas da PF no local pode ter origem em munição extraviada ou desviada, e informa que há outros registros de munição da Polícia Federal encontradas em outras cenas de crimes sob investigação.

De acordo com a nota, o ministro citou o episódio da Paraíba e também um desvio de munição na Superintendência da PF do Rio, esta em 2006, "como exemplos de munição extraviada que acabam em mãos de criminosos". O Ministério da Segurança Pública diz que a PF "prossegue no rastreamento de possíveis outros extravios".

A nota foi motivada pelo fato de a direção dos Correios ter negado qualquer desvio de munição da PF em suas agências na Paraíba. Em entrevista ao GLOBO, o presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, disse desconhecer desvio de munição da PF em unidades dos Correios naquele estado, e chegou a pedir ao ministro que passasse as informações.

"O ministro deve ter alguma informação que não temos", afirmou Guilherme Campos.

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O escrivão aposentado Cláudio de Souza Coelho, da Superintendência da PF do Rio, citado pelo ministro com outro responsável por desvios de munição do mesmo lote, negou envolvimento no crime e explicou que foi demitido da PF em setembro de 2006, três meses antes de a munição citada pelo ministro ter sido comprada pela PF.

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