> >
Munição que matou Marielle foi usado pelo tráfico em São Gonçalo

Munição que matou Marielle foi usado pelo tráfico em São Gonçalo

Além dos confrontos no Rio, cápsulas também foram utilizadas em chacina em São Paulo

Publicado em 17 de março de 2018 às 00:51

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
A vereadora Marielle Franco do PSOL, foi morta a tiros na Rua Joaquim Palhares no Rio de Janeiro (RJ), na quarta-feira (14). (JOSE LUCENA | FUTURA PRESS)

A munição utilizada para matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, fazia parte do lote UZZ-18, que foi usada em guerras entre facções rivais de traficantes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A informação foi divulgada pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, nesta sexta-feira (16). Esse mesmo lote também já havia sido usado na maior chacina do Estado de São Paulo, em 2015, na qual 23 pessoas foram assassinadas.

O lote foi vendido para a Polícia Federal de Brasília pela empresa CBC em dezembro de 2006. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira que a munição usada para matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi roubada da Polícia Federal há muitos anos. Segundo ele, um dos roubos aconteceu na sede dos Correios da Paraíba, e outro foi cometido por um escrivão na Superintendência da PF do Rio de Janeiro, que já responde inquérito pelo crime.

Ainda de acordo com a reportagem, fontes da Polícia Federal afirmam que o lote tinha quase dois milhões de cápsulas, que foram distribuídas para todas as unidades da Polícia Federal. Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal receberam a maior quantidade: mais de 200 mil cápsulas cada um.

Perícia da Delegacia de Homicídios da capital, responsável pela investigação da morte de Marielle, aponta que a munição usada no assassinato da vereadora foi usada pela primeira vez no crime, ou seja, não tinha sido recarregada e é original. A investigação da chacina descobriu que, além do lote UZZ-18, os lotes BNT-84, BIZ-91, AAY-68 e BAY-18 também foram utilizados nos crimes cometidos em Osasco, Barueri, Itapevi e Carapicuíba.

Este vídeo pode te interessar

O ministro disse que a PF já designou um especialista em impressões digitais e DNA para fazer exame na munição e vai confrontar os resultados com seu banco de dados, para ver se descobre a autoria do crime. Essa parte da investigação, segundo ele, já está a cargo da PF. A apuração, no entanto, terá um complicador adicional. A Polícia Federal não tem o registro completo da munição que cada policial recebe ao longo da carreira, segundo disse a reportagem um dos mais experientes delegados da área.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais