> >
Padre é xingado na missa ao citar Marielle Franco em igreja no RJ

Padre é xingado na missa ao citar Marielle Franco em igreja no RJ

Pároco terminava Homilia quando foi chamado de 'filho da puta' por dois homens

Publicado em 19 de março de 2018 às 14:44

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

O padre Mario de França Miranda, de 81 anos, foi xingado por dois homens em plena missa de domingo na Paróquia da Ressurreição, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, após o religioso citar a vereadora Marielle Franco (PSOL), que foi assassinada na noite da última quarta-feira, junto com seu motorista, Anderson Gomes.

O pároco estava terminando a Homilia quando fez questão de dizer que a morte da parlamentar não significa o fim de seu trabalho, "que tudo que a gente faz de bom fica eternizado". Logo em seguida, ele foi hostilizado pelos dois homens, que o chamaram de "padre filho da puta", conforme informou a coluna de Ancelmo Góis, no GLOBO.

De acordo com o padre, ele se espantou com a reação dos homens, que estavam no fundo da igreja, mas tentou não dar importância, já que havia no local outras 500 pessoas e que ele precisava "tocar a missa". Os dois agressores foram retirados da igreja.

— Fiz a homilia normal, explicando um pouco o texto, e citei Martin Luther King, Dom Oscar Romero e pessoas que estão tentando melhorar a sociedade, como Jesus também tentou melhorar e foi assassinado precocemente. O Evangelho fala que o grão cai na terra e dá frutos. Então, eu falei que frutos são esses. Mostrei que quando se mata uma pessoa parece que tudo termina, mas não. No caso de Jesus, ele influenciou toda a humanidade. E frutos também são aquelas pessoas que tentam seguir esse exemplo: que tem uma vida difícil, mas com sentido e que causam muita paz por fazer o bem — contou Mario de França, que também é professor da PUC-Rio.

O padre contou que queria dar uma palavra de ânimo para os presentes, já que hoje "estão todos aterrorizados e inseguros" com a crescente violência no Rio. A menção a Marielle e ao motorista Anderson Gomes ocorreu no fim da pregação para, como disse Miranda, "dizer que isso não vai passar assim, como uma página que viramos e acabou".

Este vídeo pode te interessar

— Na outra vida, tudo isso será recuperado. Nada vai se perder. Tudo que a gente faz de bom vai ficar eternizado e vai construir a nossa felicidade — contou Mario de França. — Quando houve a reação dos dois homens tinha umas 500 pessoas na igreja e eu pensei: tenho que tocar a missa. Não ia ficar preso a um tumulto que lá no fundo da igreja apareceu. Duas pessoas revoltadas. Me xingaram de tudo. Depois nem quiseram me dizer os palavrões. Logo, eles foram retirados da igreja e eu consegui recolocar a missa em oração.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais