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Igreja lamenta aprovação da legalização do aborto na Câmara argentina

Igreja lamenta aprovação da legalização do aborto na Câmara argentina

'Esta decisão dói', afirma em nota a Conferência Episcopal do país

Publicado em 14 de junho de 2018 às 19:04

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Cruz ao lado de bandeira da Argentina. (@javierpdrago | Pixabay)

A aprovação na Câmara argentina do projeto de lei sobre legalização do aborto provocou profundo mal estar na Igreja local e levou a Conferência Episcopal da Argentina (CEA) a divulgar uma nota oficial na qual afirma que "como argentinos, esta decisão nos dói".

O presidente Mauricio Macri, que esteve em silêncio absoluto até a votação do projeto na Câmara, disse nesta quinta-feira (14) que os deputados de seu país "realizaram um debate histórico".

"Quero destacar o trabalho destes meses na Câmara e de todos os argentinos que realizaram um debate histórico, próprio da democracia", declarou o presidente, que continua sem expor publicamente sua posição sobre o assunto.

DERROTA INESPERADA PARA A IGREJA

O texto da CEA, publicado nesta quinta-feira poucas horas após a votação no Parlamento, assegura que "a dor pelo esquecimento e exclusão de inocentes deve transformar-se em força e esperança, para continuar lutando pela dignidade da toda vida humana". A Conferência Episcopal pediu que "possa haver diálogo no debate legislativo que continua (ainda falta uma votação no Senado)".

Para a Igreja trata-se de uma derrota inesperada, já que até poucos meses atrás ninguém acreditava que seria possível aprovar um projeto sobre aborto legal na Câmara argentina. Muitos deputados que eram contra a iniciativa mudaram de posição nas últimas semanas, em consequência do debate público sobre a medida que durou quase dois meses e contou com a participação de mais de 700 palestrantes, a favor e contra o projeto.

Vários ex-ministros da Saúde defenderam o aborto legal como uma política de saúde pública necessária para acabar com a morte de mulheres em abortos clandestinos. O problema é reconhecido por setores conservadores e pela Igreja, mas a legalização do aborto continua sendo rechaçada.

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"A situação das mulheres frente a uma gravidez não esperada, a exposição à pobreza, à marginalidade social e à violência de gênero continuam sem ter resposta. Simplesmente foi agregado outro trauma, o aborto. Continuamos chegando tarde", afirmou a CEA.

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