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Ex-paciente diz que 'Doutor Bumbum' aplicou até silicone industrial

Ex-paciente diz que 'Doutor Bumbum' aplicou até silicone industrial

Médico fazia procedimentos na sala da casa da mãe em Brasília

Publicado em 17 de julho de 2018 às 22:37

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Thais Buenno não registrou queixa contra o médico -. (Divulgação)

Uma ex-paciente do médico Denis Cesar Barros Furtado, de 45 anos, o "Doutor Bumbum", resolveu quebrar o silêncio, depois da notícia da morte da bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci — que morreu ao passar por um procedimento estéticos nos glúteos. A economista brasiliense Thais Oliveira Buenno, de 23, conta que em abril do ano passado também se submeteu ao mesmo procedimento na casa da mãe do médico, em um condomínio na Asa Sul de Brasília. Denis, segundo ela, fez a aplicação do produto na sala da casa sem nenhum tipo de equipamento de emergência: "Além disso, paguei pelo metacril, e ele também aplicou silicone industrial".

Vivendo em Los Angeles, na Califórnia, onde faz pós-graduação em Economia, Thais conta que ficou sabendo da morte da bancária pelas redes sociais e resolveu contar o que aconteceu com ela.

—No meu caso, cheguei até o Denis através da indicação de uma amiga. Vi que o médico era muito conhecido nas redes sociais e acabei ganhando confiança para fazer o procedimento. Entrei em contato com a equipe dele e fui. Tudo feito no mesmo dia. Eles me informaram que era um SPA médico, mas quando cheguei era a casa da mãe dele. Paguei R$ 700 pela consulta e mais R$ 14,2 mil pelo metacril. Achei estranho quando entrei na sala e vi que só tinha uma maca e nada de equipamentos de emergência, mas ele disse que era um procedimento simples — conta Thais Buenno.

A economista conta que além do médico, também estavam na casa a mãe dele, a namorada e a instrumentista. E que começou a fazer a aplicação do produto por volta de uma da manhã. E que mesmo recebendo anestesia local, sentiu muita dor:

— Quando ele começou a aplicar, senti uma dor gigantesca. Reclamei muito, mas ele disse para eu aguentar que era normal. Voltei a afirmar que estava doendo e ele continuou aplicando. Saí da clinica, por volta das três horas da manhã e fui para casa dirigindo o meu próprio carro. Cheguei a dar carona para a instrumentista dele e ficamos amigas. Fiquei quatro dias com febre. Um tempo depois, reparei que estava com alguns nódulos no bumbum e que o resultado não estava como o esperado, foi quando entrei em contato e ele falou para eu voltar que aplicaria mais, mas fiquei com medo.

Alguns meses depois, Thais conta que a própria instrumentista do médico, que havia deixado a função, revelou que parte do material utilizado no procedimento não era metacril.

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— Ele aplicou silicone industrial nas minhas nádegas. Fui a um outro médico e quando fiz uma ressonância, o doutor me alertou que realmente existia um outro material. Cheguei a pensar em processar, mas já estava envolvida com a minha mudança para os Estado Unidos e acabei desistindo — conta a estudante: — Hoje, eu teria o dobro de cuidado. A gente precisa pesquisar muito, antes de entrar em uma mesa de cirurgia.

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