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Museu Nacional deve reabrir em três anos, diz diretor da instituição

Museu Nacional deve reabrir em três anos, diz diretor da instituição

Previsão está condicionada a verba de até R$ 100 milhões pleiteada junto à União para reconstrução do prédio

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 21:45

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Bombeiros apagam pontos de fogo no Museu Nacional após incêndio. (Tomaz Silva | Agência Brasil)

No dia em que a tragédia que destruiu o Museu Nacional completa um mês, o diretor da instituição, Alexander Kellner, estimou que, em três anos, os visitantes poderão voltar a ter acesso ao prédio e seu acervo. A previsão, no entanto, está condicionada ao recebimento de uma verba que pode variar entre R$ 50 e R$ 100, pleiteada junto à União para reconstrução da infraestrutura básica do casarão: paredes e teto definitivo.

"Estamos pleiteando junto ao Congresso Nacional que essa verba seja incluída no orçamento do ano que vem. Se conseguirmos essa dotação orçamentária, e ela não for contingenciada, acredito que, em três anos, vamos ter alguma coisa bacana. Mas precisamos de celeridade para esse processo. Cada dia que passa é prejudicial ao acervo que continua sob os escombros. Cada chuva que cai é um prejuízo a mais que nós temos", alertou Alexander em entrevista coletiva, logo após um abraço coletivo que técnicos e pesquisadores deram no museu na manhã desta terça-feira.

Previstas para serem concluídas em seis meses, ao custo de R$ 8,9 milhões destinados pelo Ministério da Educação (MEC) as obras emergenciais incluem o escoramento do imóvel e a instalação de um teto provisório para proteger o espaço do museu. Segundo Alexander, à medida que as áreas forem sendo liberadas, será possível começar o trabalho de recuperação do acervo.

"Não sou um cara de natureza otimista, nem pessimista. Mas estou extremamente confiante com o que eu vi lá dentro. Na parte que colapsou e não queimou, o que ficou embaixo eu tenho chance de preservar. Teve uma áreea que quimou toda, a chance de eu conseguir resgatar alguma coisa ali é menor. Mas todos têm que entender que isso é um processo complexo e que demanda cuidado. É preciso dar segurança para que as pessoas possam entrar e, de uma forma sistemática, coletar o material".

Em um terceiro momento, após a reconstrução do prédio, conta Alexander, uma outra verba, de R$ 5 milhões, já garantida pelo MEC, será usada para elaboração de um projeto executivo para redefinir as áreas internas do prédio. O Museu Nacional também lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet, que já arrecadou cerca de R$ 25 mil da meta inicial, de R$ 50 mil, para restaurar o acerto didático e voltar a levá-lo para escolas.

"Atendíamos cerca de 600 escolas e 20 mil alunos por ano, e eles ficaram órfãos em termos de conhecimento. Queremos possibilitar que os nossos educadores voltem a ir às escolas para mostrar o museu. Em segundo momento, numa meta de R$ 300 mil, gostaríamos de reformar uma pequena parte do Horto Botânico e fazer ali um centro de visitação para alunos. Esperamos que a sociedade brasileira nos ajudar a desempenhar também essas atividades", disse Kellner.

Na ocasião, o diretor do museu também criticou uma obra que está sendo feita pela prefeitura no entorno da Quinta da Boa Vista, para desvio do Rio Joana, que faz parte do controle de enchentes da Grande Tijuca. Segundo ele, o serviço pode comprometer a segurança de quem está trabalhando no reforço do museu.

"Toda vez que eles dinamitam, dá para sentir o tremor. Além do prédio, pode prejudicar a segurança das pessoar. O prefeito Marcelo Crivella chegou a paralisar as detonações, a pedido do museu, mas os trabalhos foram retomados dois dias atrás", lamentou Kellner.

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Em nota, a secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) afirmou que foi feita uma vistoria técnica em 18 de setembro pela Fundação Rio-Águas, junto com o diretor do Museu Nacionau e técnicos da instituição. Segundo o órgão, o laudo técnico do estudo constatou que um sismógrafo não registrou leitura de abalos durante as detonações, garantindo que elas poderiam prosseguir.

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