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Venezuelano morre em Roraima após ser espancado por brasileiros

Venezuelano morre em Roraima após ser espancado por brasileiros

Outro imigrante ainda está internado. Pai quer levar corpo do filho para ser enterrado na Venezuela

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 13:11

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Venezuelanos em Roraima . (Nilton Fukuda/Estadão)

O imigrante venezuelano Raul Eduardo Benko Maican, de 25 anos, morreu na segunda-feira em decorrência de pauladas e pedradas que atingiram sua cabeça durante uma briga com brasileiros em um bar. Benko Maican estava internado havia nove dias no Hospital Geral de Roraima . O pai da vítima, Alexander Benko, denunciou o caso à Polícia Civil.

O episódio ocorrido no dia 23 de setembro no bairro Cidade Satélite, Zona Oeste de Boa Vista, envolve ainda outro imigrante, Jatniel José Cedeño Marcano, de 26 anos, que continua internado no Hospital Geral de Roraima. Ele também sofreu ferimentos graves na cabeça.

Uma testemunha da briga, David Antônio Bentes, de 37 anos, relatou à Polícia Militar que estava bebendo com Benko Maican e Cedeño Marcano. Segundo contou, quando os três estavam indo para casa começou uma briga generalizada sem razão aparente. Eles foram, então, atacados violentamente com pauladas e pedradas por brasileiros, de acordo com Bentes. Os suspeitos fugiram após as agressões.

Os policiais chegaram ao local e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Eles não conseguiram prender ou identificar nenhum suspeito dos ataques.

DUAS SEMANAS NO BRASIL

Alexander Benko contou que o filho havia chegado havia duas semanas a Boa Vista, vindo de Maturín, capital do estado venezuelano de Monagas.

"Ele trabalhava como ajudante de pedreiro em uma construção, junto com o amigo (Cedeño Marcano). Foram brasileiros que o agrediram. Bateram muito no meu filho sem motivo. Ele e Marcano, que não tem família aqui e está inconsciente, moravam juntos", disse, acrescentando que o filho teve traumatismo craniano.

O pai pretende levar o corpo do filho, que ainda está no Instituto Médico Legal (IML), para a Venezuela, onde deseja fazer o enterro. Mas esbarrou em dificuldades.

"Não tenho família aqui (Boa Vista). Trabalho na Venezuela e vim para buscar meu filho. Só que tenho que esperar três meses para o governo estadual poder fazer o traslado do corpo. Não posso esperar esse tempo todo. Fui ao consulado onde me informaram sobre essa situação", lamentou Benko.

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O caso será encaminhado à Delegacia Geral de Homicídios, que deverá iniciar investigação para identificar os suspeitos da agressão aos imigrantes.

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