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Witzel quer usar snipers para abater criminosos com fuzis em favelas

Witzel quer usar snipers para abater criminosos com fuzis em favelas

Em entrevista à Globonews, governador eleito disse ainda que quer manter tropas do Exército no Rio de Janeiro por mais 10 meses mesmo após fim da intervenção

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 21:50

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Wilson Witzel em entrevista na Globonews . (Reprodução)

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta terça-feira (30) que quer treinar atiradores de elite para abater criminosos em favelas. Em entrevista à Globonews TV, ele disse que dificilmente esses policiais atiram em inocentes, e falou que a ordem é para atacar quem quer que esteja na frente dos policiais, mesmo que seja um bandido de costas:

"Raramente sniper atira em quem está de guarda- chuva. E muito menos em quem está com furadeira. Nesses casos eram militares que não estavam preparados para esse tipo de missão. Os militares da Core e do Bope inclusive serão treinados. Hoje, na Cidade de Deus, um helicóptero filmou cinco elementos armados de fuzis. Ali, se você tem uma operação em que nossos militares estão autorizados a realizar o abate, todos eles serão eliminados", disse Witzel ao ser questionado sobe episódios em que inocentes foram baleados porque outros objetos foram confundidos com armas pelos policiais, e complementou:

"Fuzil na mão? É ameaça. Ele vai usar o fuzil para atacar para quem quer que seja na frente dele - ao responder a uma hipótese onde um traficante esteja de costas com fuzil".

O governador eleito, no entanto, reconheceu que não pode garantir que os policiais não serão condenados pela Justiça.

"Prefiro defender policiais no Tribunal do que ir a funeral. O policial será defendido. Se condenado, nós vamos recorrer. Se a setença for mantida, é um risco que a gente corre. O que me deixa desconfortável é ver bandido com fuzil na rua", disse Witzel.

Ele também pediu levantamento de quantos policiais tem na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) para saber quais policiais estão qualificados para abater criminosos de fuzil, e afirmou que vai liberar que esse tipo de disparo seja feito a partir de helicópteros.

Witzel também falou que pretende manter as tropas do Exército no estado por mais dez meses mesmo após o fim da Intervenção Federal na Segurança - que termina em 31 de dezembro deste ano. Ele afirmou que o objetivo da medida seria ganhar tempo para treinar os policiais do estado:

"O governador Luiz Fernando Pezão me disse que está convocando PMs concursados. Preciso que essas tropas permaneçam garantindo a lei e a ordem, mesmo depois da intervenção, porque será necessário um tempo para que esses novos policiais passem por treinamento".

O governador eleito confirmou ainda que vai extinguir a Secretaria de Segurança e dar status de secretarias para a Polícia Militar e a Polícia Civil. O projeto era uma de suas principais propostas de campanha.

USO DO LEGADO DA INTERVENÇÃO

Mais cedo, em entrevista à Record, ele citou outras propostas suas para a Segurança Pública. Disse que pretende aumentar o efetivo do Bope, preparar mais atiradores de elite e "aproveitar o legado da intervenção", no que se refere aos equipamentos, como fuzis, pistolas e viaturas recebidos, e treinamento.

Witzel falou também sobre a proposta de investir no rastreamento da lavagem de dinheiro para se identificar financiadores do crime organizado:

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"Vamos trabalhar para a policia ser reequipada, e investigar quem são os financiadores do crime, quem está trazendo munição, droga, arma. Há um conceito de segurança publica, que vem sendo passado de governo a governo, que é a de pôr mais policiais nas ruas. Isso acaba tendo um efeito reflexo que é o crime organizado colocar mais gente para enfrentar a polícia. Aí criam-se áreas conflagradas maiores, mas não se investiga a lavagem de dinheiro para prender os executivos do crime. Lava-jato foi um exemplo de desmantelamento de quadrilha de desvio de dinheiro publico, é o mesmo padrão de trabalho. Vamos dar independência para a Civil investigar a lavagem de dinheiro".

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