Em apenas um ano, o número de barragens brasileiras com algum problema grave na estrutura, o que gera risco de elas se romperem, saltou de 25 para 45. É o que mostra um relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), que levantou dados de 2017, em comparação com 2016.
Este é o segundo relatório produzido pela ANA após o rompimento da barragem de Fundão , localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro da cidade de Mariana, em Minas Gerais, há três anos. Além de poluir o Rio Doce, o desastre ambiental matou 19 pessoas e destruiu Bento Rodrigues. A barragem de rejeitos de mineração era controlada pela empresa Samarco, um empreendimento da vale juntamente com uma organização anglo-autraliana.
De acordo com o relatório da ANA, das 45 barragens com problemas, mais da metade pertence a órgãos e entidades públicas. Seis delas, por exemplo, são do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, que cuida de 327 barragens em todo o país.
O Dnocs afirma que faz vistorias periódicas em todas as barragens sob sua responsabilidade e que dispõe de quase R$ 330 milhões para manutenção, recuperação e modernização das estruturas.
No entanto, segundo a ANA, esse departamento tinha orçamento de R$ 5,7 milhões para ações em segurança de barragens uma média de R$ 19 mil para cada uma das 327 barragens , mas somente 24% foram usados no último ano. O valor é baixo, segundo a agência, que aplicou multas ao Dnocs e continua aguardando que as falhas sejam corrigidas.
A ANA destaca, ainda, que muitas barragens fiscalizadas por órgãos estaduais também têm vários problemas.
A Bahia tem o maior número de barragens com manutenção inadequada. Entre elas, há tanto empreendimentos públicos quanto privados.
Alagoas é o segundo estado com mais barragens com problemas. São seis, sendo que cinco já eram consideradas de risco no relatório de 2016.
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