O Ministério da Saúde está numa corrida contra o tempo para selecionar os profissionais que vão ocupar as vagas do Mais Médicos deixadas pelos 8.332 cubanos que estão de saída do programa. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse nesta sexta-feira (16) acreditar ser possível substituí-los por brasileiros logo depois de sua saída, prevista para ocorrer até 25 de dezembro. Já o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, avalia que, mesmo dando maior agilidade ao processo de chamada de novos médicos, eles começarão a chegar aos postos de trabalho antes ocupados por cubanos apenas a partir de fevereiro de 2018.
Depois de cinco anos fornecendo a maior parte da mão de obra do Mais Médicos, Cuba anunciou na quarta-feira sua saída do programa . Foi uma resposta ao presidente eleito Jair Bolsonaro, que prometeu mudanças nas regras do programa, diminuindo os repasses ao governo da ilha. Ele é contra, por exemplo, a retenção de parte dos rendimentos dos cubanos. Ao contrário dos profissionais dos demais países, eles não ficam com todo o salário. Uma parte vai para os cofres públicos cubanos.
O Ministério da Saúde deve lançar na próxima semana um edital de seleção de novos profissionais. Em evento em São José dos Campos (SP), questionado se vai dar tempo de colocar esses médicos antes da saída dos cubanos, Occhi respondeu:
"Acredito que sim. Não há uma definição, porque tem toda uma logística. Isso é uma responsabilidade do governo cubano. Não é do governo brasileiro. Até porque entendo que é uma decisão unilateral do governo cubano. Então nós vamos trabalhar para que, na medida em que um médico cubano saia, um médico brasileiro possa ocupar esse espaço".
Já Mauro Junqueira, do Conasems, lembrou que, em editais anteriores, eram necessários de 90 a 120 dias para que os médicos pudessem começar a trabalhar. Ele afirmou que, mesmo encurtando os prazos, a substituição ainda vai levar um tempo.
"Em janeiro não. Com certeza", disse Junqueira, concluindo:
"A gente trabalha muito forte para que em fevereiro já tenha médicos nesses postos. Aí acho possível".
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