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Internet representa 71% do faturamento com celulares de teles

Internet representa 71% do faturamento com celulares de teles

Dados sobre o terceiro trimestre do ano confirmam tendência de queda das receitas com voz das empresas com celulares

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 23:31

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(Pexels/Pixabay)

As receitas das empresas de telecomunicações com internet já representam 71% do faturamento com telefones móveis, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e do Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil). As receitas com voz vem caindo ano a ano e são hoje 29% dos ganhos das empresas com celulares, de acordo com a entidade. Os dados são relativos ao terceiro trimestre do ano.

Para se ter uma ideia da velocidade das mudanças no setor, há apenas três anos, no terceiro trimestre de 2015, os serviços de voz eram 61% das receitas geradas por celulares, enquanto dados eram 39%. "Ainda não temos projeções, mas esse movimento deve se manter no ano que vem", disse o presidente do Sinditelebrasil, Eduardo Levy.

Até o terceiro trimestre, a receita bruta das teles somou R$ 175,6 bilhões, estável em relação ao verificado no mesmo período do ano passado, de R$ 176 bilhões. Já os investimentos das teles nos nove primeiros meses do ano atingiram R$ 20,5 bilhões, ante R$ 18,2 bilhões no mesmo período do ano passado.

Um dos dados que mostram a transformação do setor é o avanço da tecnologia 4G. Hoje, o País conta com 233 milhões de chips de celular ativos, dos quais 126 milhões são 4G, 61 milhões 3G e 25 milhões 2G. No ano passado, os celulares 4G e 3G estavam praticamente empatados em cerca de 95 milhões. Até 2016, o 3G ainda era a grande maioria. Em 2012, o 2G somava 193 milhões.

Enquanto isso, a base de telefones fixos chega hoje a 39 milhões, ante 41 milhões no ano passado. Em dez anos, segundo o Sinditelebrasil, a base de telefones fixos caiu 6%, mas as receitas das teles com o serviço caíram 44%. "A queda na receita é muito mais forte que a queda na base. Isso é custo para as empresas", disse Levy. Já o acesso à banda larga fixa e móvel subiu de 234 milhões no ano passado para 239 milhões neste ano.

Apesar da crise, os celulares continuam a ser usados por 88% dos brasileiros, disse Levy. Além disso, a população tem migrado cada vez mais para planos pós-pagos. Esse tipo de oferta atinge hoje 42% das assinaturas, ante 36% no ano passado. "Os planos são cada vez mais atraentes", disse o presidente do Sinditelebrasil.

Levy ressalta que o preço do minuto do celular pré-pago no Brasil é o quinto mais baixo, de R$ 0,034, atrás apenas da China, África do Sul, Rússia e Índia. O preço da banda larga móvel pós-paga, segundo a entidade, também caiu. Em 2017, o pacote de 500 Mb custava R$ 27,14. Hoje, o pacote de 1 Gb custa R$ 20,07.

"O pacote de internet móvel tem o dobro de capacidade e um preço 25% mais barato. Isso é reflexo da competitividade do setor. Temos quatro empresas em atuação no País, mas temos o quinto mercado mais competitivo no mundo. É isso que leva a preços mais baixos", afirmou.

A carga tributária no setor de telecomunicações, no entanto, é a mais alta do mundo, de 43% sobre as receitas. Em segundo lugar, aparece a Turquia, com 38%, e a Argentina, com 25%. "Muitos Estados aumentaram o ICMS nos últimos anos em razão da crise", disse Levy. "A legislação sobre o smartphone é a mesma que incide sobre vinho", comparou.

Para 2019, o Sinditelebrasil defende a aprovação do novo marco legal das teles, atualmente em tramitação no Senado, para modernizar a legislação, que é de 1997. O projeto muda o foco das políticas públicas, hoje na telefonia fixa e nos orelhões, para a expansão da internet banda larga. A entidade cobrou também a realização de leilões de frequência não-arrecadatórios e que privilegiem a expansão de investimentos e de serviços.

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O Sinditelebrasil quer também a simplificação da regulação, a adoção da Lei Geral de Antenas pelos municípios, a gratuidade no direito de passagem em bens públicos para instalação de infraestrutura e políticas para baratear o acesso de smartphones pela população de baixa renda, por meio do uso de recursos dos fundos setoriais.

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