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Especialistas elogiam decisão da Vale de parar produção em barragens

Especialistas elogiam decisão da Vale de parar produção em barragens

Analistas, no entanto, chamam atenção para a queda de receita da companhia

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 01:41

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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais retoma as buscas por sobreviventes da tragédia causada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). (FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS)

Analistas de mercado consideraram positiva a decisão da Vale de paralisar a produção em 19 barragens a montante existentes ainda no país. Porém, eles são unânimes em afirmar que a receita da companhia será afetada. De acordo com Luiz Gustavo Pereira, especialista da Guide Investimentos, a paralisação da produção de 40 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, com o fim da operação dessas barragens, terá um impacto da ordem de 10% na produção total da companhia, o que implicará em uma redução da ordem de até 8% em sua receita. Hoje, 80% da receita da Vale vem do minério de ferro.

"O mercado previa anteriormente um gasto entre R$ 700 milhões e R$ 900 milhões por ano na desativação de barragens e agora vai ser cerca de R$ 1,6 bilhão por ano. O mercado achou essa medida correta e a tomada de decisão bem rápida da companhia. E foi importante ver que não tem interferência política com a manutenção da diretoria da companhia", destacou Luis Gustavo.

De acordo com o analista da Guide Investimentos, o mercado está precificando a ação da Vale deverá ficar em torno de R$ 45 a R$ 59, contra os R$ 60 que eram previstos antes do acidente de Brumadinho.

Pedro Galdi, analista de investimento da Mirae Invest, acredita que a receita da companhia deverá sofrer uma pequena queda em um primeiro momento. Entretanto, ele acredita que o impacto será pequeno, já que a mineradora tem hoje capacidade ociosa de minério de ferro. Segundo Galdi, a Vale tem uma capacidade de produção de 450 milhões de toneladas de minério de ferro e produz cerca de 390 milhões de toneladas.

"Será uma questão logística, de transferir a produção dessas minas que utilizam barragem a montante para outros centros de produção no país. O efeito na receita será sentido, mas pequeno. Isso vai ocorrer até a Vale conseguir redimensionar a produção em outras minas", disse ele.

Galdi elogiou ainda a iniciativa da Vale, mas ressaltou que a medida pode gerar desemprego nos locais onde há produção com barragem a montante, embora o presidente da companhia, Fabio Schvartsman, tenha dito que esses cinco mil funcionários que trabalham próximos a barragem serão absorvidos em outras plantas. Segundo analistas, essa técnica é concentrada no sistema Sul-Sudeste, em Minas Gerais.

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"É uma iniciativa prudente da Vale. Mas como a produção vai ser paralisada, haverá desemprego", destacou ele.

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