> >
Manifestantes fazem ato após morte de capixaba em supermercado no RJ

Manifestantes fazem ato após morte de capixaba em supermercado no RJ

A organização chamava "ativistas, jovens negros, pessoas empáticas à luta negra, todos os indignados" a comparecerem em unidades do Extra em diversas capitais do país

Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 21:49

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Protesto contra o assassinato de Pedro Gonzaga, realizado na região do supermercado Extra, localizado na Avenida das Américas no Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (17). (BÁRBARA DIAS/FUTURA PRESS)

Centenas de pessoas protestaram neste domingo (17) em repúdio à morte do capixaba Pedro Gonzaga, de 19 anos, asfixiado na frente da própria mãe, por um dos seguranças do supermercado Extra, na Barra da Tijuca, no último dia 14. O chamado foi feito pelas redes sociais.

De iniciativa popular, a organização chamava “ativistas, jovens negros, pessoas empáticas à luta negra, todos os indignados” a comparecerem em unidades do Extra em diversas capitais do país.

“Queremos Justiça: a rede Extra precisa atuar de alguma forma contra o genocídio da população negra, apoiando ações e instituições, para que jovens negros não sejam mais mortos como se suas vidas não valessem nada”, diziam no Facebook os organizadores da manifestação.

Pedro Gonzaga foi morto pelo segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio, na última quinta-feira (14), por asfixia, diante de sua mãe, após ter sido imobilizado.

O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios para onde o segurança foi levado preso e liberado após pagar fiança de R$ 10 mil. Ele deve ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar).

O corpo do jovem foi enterrado nesse sábado (16), no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, zona oeste do Rio.

RIO DE JANEIRO

Em frente ao Hipermercado Extra, na Barra da Tijuca, onde ocorreu o caso, faixas com as frases “Jovem Negro Vive!” e “Pedro Gonzaga, presente!”, eram erguidas pelos manifestantes.

SÃO PAULO

Manifestação no Extra Brigadeiro, na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, na região da Avenida Paulista, reuniu centenas de pessoas em apoio à família de Pedro Gonzaga.

O evento foi organizado por diversas entidades, principalmente do movimento negro e estudantil, entre eles, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).

“Vidas negras importam” e “parem de nos matar” foram alguns dos gritos entoados pelos manifestantes em São Paulo.

“É um ato também que a gente convocou para poder denunciar o processo de genocídio da juventude negra porque o caso foi considerado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas entendemos que houve sim intenção de matar porque o racismo estrutural faz com que as pessoas vejam o corpo negro sempre como inimigo e com menos valor”, disse Marcos Paulo Silva de Jesus, um dos manifestantes do ato em São Paulo e integrante da União da Juventude Socialista (UJS).

VÍDEO

Um vídeo gravado por testemunhas mostra o segurança sobre o corpo de jovem, já imobilizado, mesmo depois que pessoas presentes ao supermercado o alertaram de que ele tinha parado de se mexer e estava ficando roxo.

Houve indignação nas redes sociais e internautas chegaram a afirmar que Pedro, por ser negro, havia sido vítima de racismo.

OUTRO LADO

Em nota, a rede de supermercados Extra repudiou, com “veemência” a ação do segurança ou qualquer ato de violência em suas lojas. O texto diz ainda que a empresa abriu investigação interna para apurar o caso e que os seguranças envolvidos foram afastados.

JOVEM ERA CAPIXABA

Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, de 19 anos, morava com a mãe na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. (Redes Sociais)

O jovem Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, de 19 anos, que morreu na quinta-feira (14) após levar uma “gravata” de um segurança de um supermercado da Rede Extra, no Rio de Janeiro, nasceu no Espírito Santo. Ele morou em Vitória por um tempo e mudou-se para o Rio de Janeiro após seus pais se separarem.

Atualmente, ele morava no Rio de Janeiro com a mãe — que estava com ele no supermercado, o padrasto e a irmã.

Aspas de citação

A família paterna é do Espírito Santo, ele tem muita ligação com o Estado. Em todas as férias de final de ano ele vinha ver a família

Familiar que preferiu não se identificar
Aspas de citação

Pedro foi sepultado neste sábado (16) no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Para o enterro do jovem, saíram do Espírito Santo os avôs paternos, uma tia e uma prima.

Aspas de citação

É muito triste isso que acontece. Ele era uma pessoa muito tranquila, cheio de amizades e querido por todos. A mãe dele está sob efeito de medicamentos. Ele deixou um bebê de três meses

Familiar
Aspas de citação

Este vídeo pode te interessar

Ao ser questionado sobre a ida de Pedro a uma clínica de reabilitação, o que foi divulgado em alguns sites nacionais, o familiar negou que a informação fosse verdadeira. “Não procede a informação de que ele era usuário de drogas e tinha problemas psiquiátricos, inclusive, ele estava apenas fazendo compras com a mãe dele. Não estava indo para uma clínica de reabilitação”, destacou.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais