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Ricardo Boechat: A voz da indignação

Ricardo Boechat: A voz da indignação

Jornalista se foi, mas seu exemplo continuará vivo, servindo de referência para todos nós.

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 03:00

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Ricardo Boechat era um jornalista que cultivava a indignação e a inquietação de repórter. Mesmo estando há décadas na estrada e em cargos de chefia, não se conformava nunca com o teatro de Brasília. Era implacável na crítica, na cobrança, na denúncia.

E, apesar de ácido, preservava o bom humor. Era na profissão o que era no convívio pessoal: tinha a língua afiada e o discurso fluente, mas era sempre simpático e afável. Quando precisava, sabia ser ferino, como na famosa bronca com o pastor Silas Malafaia. Ele vinha a Vitória com frequência, com sua esposa, Veruska Seibel, que foi colega nossa em A GAZETA. Gostava de moqueca capixaba e de um bom vinho. Era simples e atencioso com todos, não tinha nada de estrela, apesar de ser estrela de primeira grandeza do jornalismo brasileiro.

Atuou nos principais veículos de comunicação do país e era uma referência para os colegas da imprensa. Combatia com especial persistência a cultura da impunidade e o cinismo da classe política. Atuava, assim, como uma espécie de porta-voz da nação, que anda tão sofrida, com tantas tragédias e escândalos. Fará muita falta, especialmente neste momento da vida nacional.

Boechat se foi, mas seu exemplo continuará vivo, servindo de referência para todos nós. Seu trabalho não foi em vão.

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André Hees é editor-chefe de A GAZETA

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