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Atos cobram respostas sobre mandante da morte de Marielle e Anderson

Atos cobram respostas sobre mandante da morte de Marielle e Anderson

A pergunta que se espalhou por cidades do Brasil e do exterior agora é "quem mandou matar Marielle?"

Publicado em 14 de março de 2019 às 17:22

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Ato Amanhecer por Marielle e Anderson na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) marca um ano da morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A frase que se notabilizou no último ano, "quem matou Marielle?", se transformou nesta quinta-feira (14). A pergunta que se espalhou por cidades do Brasil e do exterior agora é "quem mandou matar Marielle?".

A frase está em placas e faixas que lembram o um ano da morte da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. As intervenções fazem parte dos atos "Amanhecer por Marielle".

Em São Paulo, faixas foram colocadas na avenida Rebouças, na altura do Hospital das Clínicas, e placas de rua foram cobertas com adesivos com os dizeres "Marielle Presente" e "Avenida Quem Mandou Matar Marielle?".

As trocas de placas ocorreram nas esquinas da avenida Paulista com a Consolação, da rua Augusta com avenida Paulista e na esquina das alamedas Barão de Limeira e Eduardo Prado, além da estação de metrô Ana Rosa.

O rosto da vereadora assassinada se transformou em ícone da luta por justiça e se espalhou em grafites por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Lisboa, Buenos Aires, e Ferrara, na Itália.

Nesta semana, a dois dias do crime completar um ano sem solução, a Polícia Civil do Rio prendeu na terça-feira (12) dois suspeitos de participarem do assassinato da vereadora. São eles: o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46. Ambos negam participação no crime.

Segundo a denúncia, Lessa disparou os tiros que mataram Marielle, e Queiroz dirigiu o carro que interceptou a vereadora, de onde partiram os disparos.

O delegado titular da Delegacia de Homicídios do Rio, Giniton Lages, disse em entrevista coletiva que as investigações do caso ainda estão no início. Mas a segunda fase já foi deflagrada, com a expedição de ao menos 34 mandados de busca e apreensão que visam determinar se há mandantes para o crime e qual a motivação exata do assassinato.

Na mesma entrevista, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), declarou que Lessa e Queiroz poderão receber uma oferta para fazerem delação premiada.

MANDANTE

Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, disse à reportagem que considera a operação um passo importante nas investigações, mas lamentou que ainda não haja respostas a respeito de eventuais mandantes.

"Não basta prender mercenários, é importante saber quem mandou articular tudo isso e qual foi a motivação", afirmou, acrescentando que, apesar da lentidão das investigações, mantém a esperança de que essas respostas cheguem.

"O Brasil hoje deve satisfação ao mundo. Não há, para mim, a possibilidade de isso não ser respondido. Não é só pela preservação da memória da Marielle, mas pela garantia da nossa democracia."

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Marielle foi morta em razão de sua militância em favor dos direitos humanos. Os investigadores identificaram ainda que Lessa, o policial reformado responsável pelos disparos, fez pesquisas sobre a rotina de Marielle e sobre eventos de que ela participaria semanas antes do crime.

Ele também teria pesquisado sobre outras figuras da esquerda, como o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), próximo a Marielle. De acordo com o delegado Lages, a motivação de Lessa foi torpe. "Ele revela diferenças ideológicas de forma violenta", afirmou.

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Ainda não está claro, no entanto, se o crime foi articulado espontaneamente pelo policial militar reformado ou se ele foi pago por um mandante para assassinar Marielle.

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