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Menor apreendido já falava em massacre em 2015, diz professora

Menor apreendido já falava em massacre em 2015, diz professora

P.K.B.L., que dava aula na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, revela à Polícia Civil que rapaz, agora com 17 anos, a chocou quando em sala declarou que 'seu maior sonho era entrar em uma escola, armado e atirar em várias pessoas aleatoriamente'

Publicado em 19 de março de 2019 às 21:40

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Parte do depoimento da professora P.K.B.L . (Reprodução)

Logo após o massacre que matou 10 na escola de Suzano, na Grande São Paulo, uma professora alertou a Polícia Civil sobre o jovem que foi apreendido nesta terça-feira (19), sob suspeita de ter participado do planejamento do ataque.

O menor, agora com 17 anos, está sob suspeita de ter ligação com os dois executores do atentado – ambos mortos. Mensagens em seu celular também embasam as investigações da Polícia. A Justiça determinou a quebra do sigilo telefônico do menor.

A professora afirmou ter dado aula na Escola Estadual Raul Brasil em 2015, quando lecionou para o adolescente. Em uma atividade, em sala de aula, ela teria proposto uma ‘projeção do futuro’ aos estudantes. Relata que o jovem investigado era tido por ‘apático’ e que ‘não falava com ninguém’, mas, naquele dia, fez declarações que a chocaram.

“Este teria respondido de forma fria, sem expressar qualquer sentimento que o seu maior sonho era entrar em uma escola, armado e atirar em várias pessoas aleatoriamente; alega que ficou chocada com a expressão fria do aluno, que mesmo sendo questionado pela declarante, se não tinha remorso, respondeu que o único sentimento que desenvolvia era um sentimento de prazer, quando imaginava tal cena”, consta no termo de depoimento da professora.

À Polícia, ainda afirmou que na manhã do dia 13, data do atentado, ‘quando soube da tragédia que ocorreu no Raul Brasil, tentou por diversas vezes entrar em contato com o rapaz, pois acreditava que ele era o autor de tal crime, por causa dos detalhes’ , entretanto, ‘depois de um tempo’, ele respondeu.

As mensagens foram entregues pela professora à Polícia.

No dia do atentado, ela ainda entrou em contato com o celular do jovem, por desconfiar de que ele teria sido o autor dos ataques. Entretanto, ele respondeu dizendo que não fez parte do massacre, mas que seu ‘melhor amigo fez’. “Ele só tinha problemas demais”.

Ela questionou. ‘E o que você acha disso?’

‘Eu não tenho opinião’. ‘Ele se matou, um belíssimo fdp, isso sim’. ‘Vou sentir falta dele’.

Ela disse. ‘Fim de mundo’. O jovem respondeu. ‘Nem tanto kkkk’, ‘Nem cheguei a chorar’.

A professora ainda alertou. “Chorei muito, pensei que você estivesse envolvido”. E o jovem respondeu. ‘Um monte de gente pensou kkk’.

Em determinado momento da conversa, ele ainda afirmou. ‘Ele fez o que a gente vivia conversando sobre’. ‘Entrou para a história’.

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Em depoimento, ela diz que o menor na última parte da conversa disse que tem planos, sendo questionado pela depoente quais planos e respondeu apenas ‘Rússia’.

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