> >
Professor sobre atentado: Fechamos a porta até o barulho de tiro passar

Professor sobre atentado: Fechamos a porta até o barulho de tiro passar

Entre as vítimas do massacre estão cinco estudantes, duas funcionárias e o dono de uma locadora de carro próxima ao local; os atiradores são ex-alunos da instituição e também se mataram

Publicado em 13 de março de 2019 às 19:26

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Tiroteio teria ocorrido dentro da Escola Estadual Prof. Raul Brasil. (Reprodução | Google Street View)

"A gente se sente impotente vendo colegas caindo sangrando sem poder fazer nada", diz o professor Paulo da Silva, de 60 anos, que estava na Escola Estadual Prof. Raul Brasil, em Suzano (Grande SP), no momento em que atiradores entraram no local e mataram ao menos oito pessoas.

Entre as vítimas estão cinco estudantes, duas funcionárias e o dono de uma locadora de carro próxima ao local. Os atiradores são ex-alunos da instituição e também se mataram.

Os disparos foram feitos por volta de 9h30 desta quarta-feira (13), no intervalo entre as aulas. "Foi desesperador", lembra Silva, que atuava junto à coordenação pedagógica desde 2017 após um período afastado da rede por problemas de depressão.

"Os alunos estavam indo para o pátio, e eu para a sala dos professores, quando o barulho começou. Quando vi que era tiro, corri para a sala e gritei para todo mundo: 'entra, entra!'", relata.

A essa altura, conta, ele já sabia que a coordenadora pedagógica Marilena Umezu, de 59 anos, a parceira de trabalho, havia sido atingida. "Fechamos a porta com um armário até o barulho de tiro passar, e eu fiquei na janela", lembra. Ele conta que muitos ligavam para a polícia, mas se desesperavam com o sistema eletrônico de resposta do telefonema. Oito minutos depois, porém, os agentes chegaram ao local.

"Quando vi a polícia chegando, saí para ver se podia ajudar, mas as vítimas já estavam em óbito", diz. Segundo ele, muitos alunos estavam desesperados, haviam perdido o celular e não conseguiam ligar para a casa. Em pânico, alguns não lembravam o número de casa para avisar os pais.

"O sentimento de impotência é enorme", repetia.

A CRONOLOGIA DO ATENTADO

1. Por volta de 9h30, dupla de homens jovens ataca dono de lava-jato próximo à escola a tiros –ferido, o homem depois é socorrido e levado para cirurgia ainda no fim da manhã;

2. Os homens seguem até a escola, onde entram e atiram na coordenadora pedagógica, que morre;

3. Eles atiram em uma segunda funcionária da escola, que também é morta;

4. Os atiradores se encaminham para o pátio da escola. É hora do lanche e há apenas alunos do ensino médio;

5. Os atiradores abrem fogo. Quatro adolescentes são mortos no local, e outros são feridos;

6. Atiradores se dirigem para o centro de línguas que funciona na escola, em outro andar. Lá, a professora e os alunos se trancam em uma sala;

7. Do lado de fora, os dois atiradores se suicidam;

8. Polícia chega ao local oito minutos após ser chamada e examina o armamento encontrado com os criminosos. Há suspeita de que haja explosivos.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais