> >
Estudantes voltam às ruas contra bloqueios na educação

Estudantes voltam às ruas contra bloqueios na educação

A manifestação será encabeçada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e incluirá, desta vez, centrais sindicais contrárias à reforma da Previdência

Publicado em 29 de maio de 2019 às 22:19

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Protesto no campus da Ufes de Goiabeiras. (Fernando Madeira)

Estudantes e professores de escolas públicas e privadas voltarão às ruas em todas as regiões do país nesta quinta-feira (30) para realizar seu segundo protesto contra os bloqueios na verba para a educação promovidos pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A manifestação será encabeçada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e incluirá, desta vez, centrais sindicais contrárias à reforma da Previdência, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

No dia 15 deste mês, ato contra o bloqueio ocorreu todas as capitais e o Distrito Federal, além de outras cerca de 145 cidades, segundo levantamento da Folha.

Recursos para todas as etapas de ensino, da educação infantil à pós-graduação, foram reduzidos ou congelados pelo governo federal. A medida inclui verbas para construção de escolas, ensino técnico, bolsas de pesquisa e transporte escolar.

O presidente chegou a chamar quem foi às ruas no primeiro ato de imbecis e "idiotas úteis" usados como "massa de manobra". Porém, uma semana após a mobilização, repôs parte da verba contingenciada da área.

Com o uso de recursos de uma reserva, destinou ao Ministério da Educação um total de R$ 1,6 bilhão –21% do valor que havia sido confiscado (R$ 7,4 bilhões). Nas universidades federais, o corte chega a R$ 2 bilhões, o que representa 30% da verba discricionária (que não inclui gastos obrigatórios como salários, por exemplo).

O principal objetivo da manifestação, segundo os organizadores, é mostrar à população que os cortes no orçamento da educação prejudicam o ensino, a pesquisa e os serviços prestados pelas instituições do setor à sociedade.

De acordo com a UNE, as manifestações estão previstas em todas as capitais, além do Distrito Federal. Mas os atos confirmados na página da entidade nas redes sociais até as 16h30 desta quarta-feira (29) alcançavam 15 das 26 capitais do país, entre elas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Cidades de médio porte como Joinville (SC), Caxias do Sul (RS), Chapecó (SC), Sobral (CE), além de manifestações em universidades do exterior, como Harvard , também estavam listadas pela entidade que representa os estudantes no país.

Em São Paulo, o segundo protesto em defesa da educação mudou de endereço. Em vez da tradicional concentração no vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro), o ato será realizado a partir das 16h no Largo da Batata (zona oeste). Cerca de 19 mil pessoas confirmaram presença na página da UNE nas redes sociais.

Além das linhas de ônibus, o local poderá ser acessado pelo Metrô, por meio da linha 4 amarela. No Largo da Batata está localizada a estação Faria Lima. A ViaQuatro, concessionária que administra o trecho, informou que, em caso de aumento na demanda, reforçará a sua equipe de segurança, adotará estratégia de reorganização de fluxo e aumento da oferta de trens.

Luiza Burgarelli, estudante de ciências sociais e uma das coordenadoras do Diretório Central dos Estudantes da USP (Universidade de São Paulo), diz que o Largo da Batata é mais estratégico para o segundo ato.

"O local é amplo e comporta mais gente num ponto só. Na primeira manifestação, tivemos problemas no trajeto. Muita gente chegou mais cedo na Alesp [Assembleia Legislativa de São Paulo] em relação aos demais, e isso desmobilizou", disse.

Para Burgarelli, o número de cursos da USP com atividades suspensas por conta do ato desta quinta caiu em relação ao anterior. No primeiro, entre 30 e 35 graduações aderiram à manifestação. Até nesta quarta, 23 cursos haviam garantido participação, segundo estimativa da coordenadora do DCE.

"A USP está mobilizada em defesa da educação. Os estudantes estão entendendo que esse é o momento de se movimentar", afirma.

O Sinpro-SP (sindicato que representa os colégios particulares de São Paulo) informou à reportagem que nenhuma escola associada suspendeu as atividades nesta quinta, e o aluno que comparecer aos atos receberá falta na chamada.

Já na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), alunos do campus de humanidades da cidade de Guarulhos (Grande SP) decidiram em assembleia pela suspensão das aulas entre esta quarta e quinta-feira.

Para os estudantes, a quarta será usada como preparação à manifestação. Serão confeccionados cartazes e montadas estratégias para o transporte dos universitários até o Largo da Batata.

Eles também farão uma aula pública às 18h desta quarta no calçadão, na região central de Guarulhos, para conscientizar o maior número de pessoas sobre a importância da educação pública, diz Ana Luisa Batista, estudante de filosofia e integrante do comitê de mobilização pelo ato pró-educação da Unifesp.

Este vídeo pode te interessar

De acordo com a UNE, "o movimento seguirá até que o governo reverta todos os cortes anunciados".

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais