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'Se IBGE for pressionado, não estarei nesta cadeira' disse Susana

'Se IBGE for pressionado, não estarei nesta cadeira' disse Susana

A presidente do instituto, Susana Cordeiro Guerra, contou sobre as mudanças no Censo Demográfico 2020

Publicado em 5 de junho de 2019 às 14:28

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Concurso IBGE. (Reprodução)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) espera melhorar sua produtividade e se adequar às restrições orçamentárias impostas pelo governo por meio de soluções digitais, como a coleta de informações não presencial. Avanços nesse sentido serão testados no Censo Demográfico 2020, contou a presidente do instituto, Susana Cordeiro Guerra, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Em meio às críticas provocadas pela redução do questionário do Censo Demográfico, Susana garantiu não haver nenhuma possibilidade de voltar atrás na decisão. Apesar das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que sugeriu enxugar o Censo, Susana enfatizou que não houve ingerência do governo sobre as decisões do órgão. Disse que, se o IBGE for pressionado, "não estarei sentada nessa cadeira (de presidente) mais". A seguir, principais trechos da entrevista.

A redução nos questionários do Censo gerou críticas de técnicos do IBGE. Vocês trabalham com alguma chance de voltar atrás na decisão?

Esse questionário foi amplamente discutido e debatido dentro e fora do IBGE. Foi aprovado pelo Conselho Diretor do IBGE. Não tem nenhuma chance.

Quanto será economizado no Censo?

São duas questões separadas. Uma é a questão orçamentária, o nosso quadro de restrição fiscal. O meio pelo qual conseguimos nos adequar a esse quadro de restrição fiscal é fruto de uma sequência de ajustes, na folha de pagamento de recenseadores, ajustes em equipamentos, em tempo de treinamento e em métodos de coleta, supervisão e avaliação. Outra questão é a qualidade. É uma questão que visa à celeridade e à simplificação e agilidade da operação censitária como um todo. Nessa questão é onde o questionário se encaixa. Os ajustes no questionário foram feitos visando a uma melhora na qualidade de cobertura e na qualidade das respostas.

Será possível economizar com o corte no questionário?

Através das nossas simulações de aplicação do questionário, economizaremos tempo. Saiu de sete minutos para quatro minutos (no questionário básico). O mesmo recenseador vai poder aplicar mais questionários no mesmo período de tempo. Isso implica que precisaríamos de menos recenseadores. Então, poderia gerar um ganho de recursos, mas isso ainda está sendo estudado. Mesmo sem restrição orçamentária, estaríamos fazendo esses cortes (no questionário). O mundo inteiro está caminhando para uma modernização da operação censitária, para questionários de censos mais enxutos e, ao mesmo tempo, otimizando outras formas complementares de coleta de dados. O Brasil, mesmo depois desses ajustes de questionário, ainda tem um questionário maior do que 80% dos países do mundo.

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