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Sobe número de mortos durante rebelião em penitenciária do Pará

Sobe número de mortos durante rebelião em penitenciária do Pará

Segundo o órgão, durante nova checagem do número de mortos no presídio, o corpo foi encontrado sob os escombros

Publicado em 31 de julho de 2019 às 01:54

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Centro de Recuperação Penitenciária do Pará. (Divulgação/Susipe)

Mais um corpo foi encontrado no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, na noite desta terça-feira (30), de acordo com o Instituto Médico Legal do estado. Dessa forma, o número de mortos na rebelião de segunda-feira chegou a 58. 

Segundo o órgão, durante nova checagem do número de mortos no presídio, o corpo foi encontrado sob os escombros. A vítima ainda não teve sua identidade confirmada pelo IML.

Guardados de forma improvisada em um caminhão frigorífico sob o inclemente sol amazônico, os corpos que já haviam sido encontrados estão se decompondo em meio à dificuldade para identificar as vítimas.

Até o último corpo ser encontrado, os números do estado apontavam que eram 16 pessoas esquartejadas e outras 41 carbonizadas. 

Por falta de espaço, os cadáveres estão sendo exumados sob uma tenda improvisada e sem refrigeração no pátio do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, o equivalente paraense do IML, sob gestão estadual.

Durante o dia, nesta terça, o mau cheiro no local chamava a atenção, principalmente quando os peritos abrem a porta do caminhão.

Perto do meio-dia, o odor era tão forte que provocou uma debandada das dezenas de parentes concentrados na porta. Alguns vomitaram. Como paliativo, foram distribuídas máscaras cirúrgicas.

Sete corpos foram reconhecidos nesta terça-feira (30) entre os 57 mortos na rebelião em presídio de Altamira, no Pará, no dia anterior. 

"Nunca tinha perdido um filho. É muito difícil, eu não sei nem o que falar, para não dizer que eu não vi ele, eu só vi a cabeça dele dentro de um saco plástico, é muito triste perder um filho numa situação dessas", disse Francisca Moreira de Lima, mãe do Adriano Moreira de lima, um dos 16 internos que foram decapitados. 

Sem comer ou dormir, muitas pessoas começaram a passar mal, e precisaram ser atendidas pela equipe da secretaria de estado e saúde, com apoio do Exército, que montou uma tenda em frente ao prédio do IML. 

'PERGUNTA PARA AS VÍTIMAS DOS QUE MORRERAM LÁ', DIZ BOLSONARO

Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não quis responder sobre o massacre.

"Pergunta para as vítimas dos que morreram lá o que eles acham, depois que eles responderem eu respondo a vocês", disse ao entrar no carro. 

Esta foi a primeira vez que o presidente comentou o caso. Uma rebelião deixou 58 mortos em Altamira (PA) nesta segunda-feira (29).

No meio da manhã, o bispo emérito do Xingu, Dom Erwin Krautler, chegou ao prédio do IML. Um dos símbolos na defesa dos direitos humanos na região do Xingu, Dom Erwin confortou as famílias, e criticou a falta de segurança dentro e fora dos presídios em todo o estado. 

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"Nossa região é notícia negativa mais uma vez, essa carnificina não poderia ter acontecido, nós não poderíamos ter permitido que a violência, esse descontrole chegasse a esse ponto, eu estou arrasado, as famílias estão destruídas, nossa cidade, nossa região, isso não poderia ter acontecido, até quando?".

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