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ONGs europeias fazem protestos pela Amazônia nas embaixadas brasileiras

ONGs europeias fazem protestos pela Amazônia nas embaixadas brasileiras

Já há manifestações em defesa da floresta confirmadas em Londres, Lisboa, Madri, Paris e outras capitais

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 17:15

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Procuradoria aponta quase 3 mil réus e pede R$ 5 bi por desmate na Amazônia. (Agência Brasil | Arquivo)

A atual onda de queimadas na Amazônia desencadeou uma avalanche de críticas ao governo brasileiro feitas por ONGs na Europa. Diversas organizações têm se mobilizado para promover eventos de protesto em frente a embaixadas e consulados brasileiros na sexta-feira (23). Já há manifestações em defesa da floresta confirmadas em Londres, Lisboa, Madri, Paris e outras capitais.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, manifestou preocupação pela situação da Amazônia nesta quinta-feira (22). "Estou profundamente preocupado com os incêndios na floresta amazônica. No meio da crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma fonte importante de oxigênio e biodiversidade. A Amazônia deve ser protegida", escreveu.

"A Amazônia está em chamas. Os pulmões do planeta estão pegando fogo. Se você puder, por favor, mostre alguma solidariedade pelas pessoas que mais irão sofrer com os incêndios. Proteste amanhã em frente à embaixada do Brasil", pede o Greenpeace do Reino Unido.

Sediada na Irlanda, a People Before Profit usa imagens das chamas na floresta para convocar para os protestos em frente a representação consular brasileira em Dublin.

Também convocando para os protestos, a organização "Fridays for the Future", criada por estudantes na

, critica a falta de resposta global para a situação da Amazônia.

"Ganhos de curto prazo nunca devem prevalecer sobre futuras perdas devastadoras das gerações atuais e futuras. Nossos pulmões estão em chamas. Por que não estamos fazendo nada para impedir que se tornem cinzas?", diz David Wicker, porta-voz do grupo na Itália.

Idealizadora do grupo (e atualmente navegando alto-mar para uma viagem menos poluente entre a Europa e os EUA), a jovem ativista Greta Thunberg, 16, também se manifestou sobre a situação brasileira.

"Mesmo aqui no meio do oceano Atlânto eu escuto sobre a quantidade recorde de incêndios devastadores na Amazônia. Meus pensamentos estão com as pessoas afetadas. Nossa guerra contra a natureza precisa acabar", disse, no Twitter.

Em Portugal, onde os brasileiros formam a maior comunidade estrangeira, os incêndios na Amazônia têm tido ampla repercussão e estamparam as capas de grandes jornais.

"O governo brasileiro, após exposição tardia desta catástrofe, descarta-se de culpas depois de descaradamente apoiar a caça e tudo fazer para vender a floresta aos produtores da agropecuária. Não fiquemos parados! Não deixemos esta chacina impune!", pede a convocatória para a manifestação de Lisboa.

Nas redes sociais, um abaixo-assinado que pede a suspensão das negociações para um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia voltou a ganhar força. O documento já foi endossado por mais de 600 cientistas europeus.

Em Portugal, na Alemanha e na França, menções à Amazônia estiveram durante toda esta quinta-feira (22) entre os assuntos mais comentados no Twitter.

Enquanto isso, a diplomacia brasileira contra-ataca nas redes sociais, em cartas a jornais e em conversas de bastidores com os governos.

Conforme a Folha de S.Paulo noticiou, uma circular do Ministério das relações Exteriores enviada a postos fora do Brasil instruiu diplomatas a defender a política ambiental do governo Jair Bolsonaro (PSL).

A embaixada do Brasil em Lisboa, por exemplo, divulgou nas redes sociais imagens que reforçam o tom de questão de soberania sobre a floresta que tem sido a retórica do governo Bolsonaro.

"Quem vai salvar a Amazônia? O BRASIL (em caixa alta mesmo)", anuncia uma imagem no Facebook da repartição.

O atual embaixador em Portugal, Luiz Alberto Figueiredo Machado, foi durante vários anos o negociador-chefe do Brasil em conferências internacionais de mudanças climáticas e preservação da biodiversidade.

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