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195 mil crianças no ES não tomaram a 2ª dose da vacina contra HPV

195 mil crianças no ES não tomaram a 2ª dose da vacina contra HPV

De todos que fazem parte do grupo de risco, 109.444 ainda não tomaram sequer a primeira dose da vacina

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 21:00

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(Divulgação | Ministério da Saúde)

Após uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2017 revelar que, somente em Vitória, 55% das pessoas têm o vírus do HPV, é necessário que todo o Espírito Santo fale sobre prevenção. De toda a população que têm direito à vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, 109.444 ainda não tomaram sequer a primeira dose da vacina. A segunda dose coleciona um número de faltosos ainda maior. Dos 335.352 meninos e meninas que fazem parte do grupo prioritário no estado, 195.498, mais da metade do grupo, ainda não tomaram a segunda dose da vacina.

A vacina contra o vírus está disponível no SUS desde 2014. O grupo que tem direito à imunização é composto por meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Ela também está disponível para pessoas com idades entre 9 e 26 anos que sejam pacientes com HIV positivo, com câncer ou transplantados.

A meta era vacinar 347.803 meninos e meninas do grupo prioritário, atingindo uma cobertura vacinal de 80%. Apesar de poderem ser considerados altos, os números de vacinados ainda precisam melhorar. Para se ter uma ideia, houve uma queda brusca no número de meninas que tomaram a segunda dose em realação à primeira. Na primeira dose, 89,34% das jovens foram vacinadas, mas apenas 62,94% voltaram aos postos para a segunda dose da vacina.

“Atingimos a cobertura pretendida com as meninas na primeira dose da vacina, foram mais de 80% vacinadas. O probelma foi a cobertura dos meninos, que atingiu apenas 30,51% na primeira dose e 6,09% na segunda”, disse a coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Danielle Grilo.

OBJETIVO

Danielle reforçou que o objetivo da campanha não é estimular o início da vida sexual precocemente. “É importante fazer um alerta aos pais sobre a importância da vacinação precoce. É importante prevenir que no futuro os jovens seajm infectados pelo vírus”, afirmou a coordenadora Programa de Imunização da Sesa.

PREOCUPAÇÃO

A jovem de 21 anos, Mariana Bravim, se vacinou há dois anos. A universitária contou que tinha uma preocupação grande com relação à doença. “Na situação atual não dá para saber se um futuro parceiro vai ter o vírus ativo. Tomei a vacina para garantir a minha saúde, já que o HPV pode desencadear outras doenças ainda mais graves”, disse.

Mariana contou ainda que outros fatores foram determinantes para que ela decidisse tomar a vacina. Conhecer mulheres que tiveram a doença e precisaram retirar o útero foi um dos pontos decisivos. “A ginecologista me mostrou uma série de benefícios, isso contribuiu para quebrar qualquer preconceito sobre a vacina”, disse.

Dados do levantamento realizado pelo Ministério da Saúde

Amostra

Unidades de Saúde

Em Vitória, quatro Unidades Básicas de Saúde participaram do estudo: Unidade de Saúde (US) Santo André, Unidade Básica de Saúde São Cristóvão (Tabuazeiro), Unidade Saúde da Família Santo Antônio e US Forte São João.

Número de participantes

Foram incluídos 399 participantes, sendo 335 do sexo feminino e 64 do sexo masculino.

Características dos participantes

Escolaridade

40,1% eram estudantes e 30,1% já concluíram os estudos.

Raça

55,8% se declaram pardos e 25,6% pretos.

Classe Econômica

63,2% disseram pertencer à classe C e 22,8% às classes D ou E.

Comportamento

Início da vida sexual

A idade média de início da atividade sexual foi de 15 anos.

Número de parceiros

O número médio de parceiros nos últimos cinco anos foi de 7,5 por participante da pesquisa.

Uso de camisinha

34,8% dos participantes dizem usar camisinha rotineiramente.

Comportamento sexual

79,5% dos participantes apresentaram comportamento de risco.

Orientações sobre HPV

Apenas 33% haviam recebido informações acerca do HPV através de um profissional de saúde antes do início do estudo.

Saúde sexual

A prevalência de HPV estimada foi de 55,1%, sendo que 39,0% tinham HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer e 15,5% já tiveram alguma outra IST.

Vacinação

Grupo contemplado

A vacinação é gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 15 anos. São duas doses, que devem ser aplicadas em um intervalo de seis meses.

Clínicas particulares

A vacina custa em média R$420 e são aplicadas em 3 doses. Os intervalos são de 60 dias da primeira para a segunda dose e de 4 meses da segunda para a terceira dose. Podem ser vacinadas meninas de 9 a 45 anos e meninos de 9 a 26 anos.

Sobre o HPV

O que é

Uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV, alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus.

Números

No Brasil

O levantamento aponta uma prevalência de 54,6% de casos de HPV entre a população brasileira de 16 a 25 anos.

Em Vitória

Em Vitória, a taxa é de 55% da população nessa faixa etária

Sintomas

A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Transmissão

As relações sexuais são a principal forma de transmissão do vírus, mas ele também pode ser disseminado pelo sangue, por roupas ou objetos contaminados (como toalhas, roupas íntimas ou sabonetes), pelo beijo e durante o parto.

Prevenção

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Existe a vacina de HPV gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e o público-alvo são as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 15 anos. Ela também está disponível para pessoas com idades entre 9 e 26 anos que sejam pacientes com HIV positivo, com câncer ou transplantados.

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