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Escultor e outros profissionais ganham dinheiro extra durante o verão

Escultor e outros profissionais ganham dinheiro extra durante o verão

Estação ajuda no faturamento de quem trabalha nas praias

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 01:58

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O escultor Marcos Picoretti, 32 anos, saiu do Rio de Janeiro, onde mora, e veio ao Espírito Santo.

Verão é tempo de alegria, mas é também de tirar dinheiro. Como diz Fabiana Borges, 39, “a gente guarda no verão para comer no inverno”. Ela e a família trabalham fazendo a passagem de turistas da beira da praia, na altura da Colônia de Pescadores de Itapoã, até as Ilhas de Pituã e Itatiaia, em Vila Velha.

O valor do faturamento, ela estrategicamente não revela, mas cada passeio custa R$ 20 por pessoa para a Pituã, e R$ 25 para as Itatiaia. A hora em que chegam para trabalhar? Às 5 da manhã. O último retorno das ilhas é às 18 horas. No verão, essa é rotina de segunda a segunda. Ou seja, garante realmente não só o verão, mas o outono, o inverno e a primavera.

“Melhor época do ano é agora, janeiro e fevereiro”, diz Fabiana, conhecida como Baiana. Depois disso, ela e a família continuam a se dedicar à pesca, já que após o verão o tempo já não está tão colaborativo. E as Ilhas Itatiaia fecham para recepção de turistas pois em maio começa o período de reprodução das andorinhas.

Canga

A senhorinha simpática e de andar lento Valma Rocha, 78, faz o seu dinheiro na Curva da Jurema, em Vitória, onde, ela diz, é muito conhecida. “São mais de 20 anos aqui. Não tem quem não me conheça”, diz, carregando cangas e vestidos pendurados num pedaço de madeira sobre os ombros.

Fora do verão, ela trabalha aos sábados e domingos. Mas agora é trabalho todos os dias. “No verão a gente tem que aproveitar um pouco mais.”

Numa primeira impressão, o andar aparentemente cansado dela chama atenção. Mas ela explica que gosta. “Meu filho não quer que eu trabalhe mais, mas essa andada para mim é um remédio.”

Valma dá algumas dicas de qualidade. “Você tem que olhar se está igual (a coloração das estampas) na frente e no verso. Se estiver igual, é porque é boa.” Os preços são de R$ 30 para as cangas e de R$ 60 para os vestidos.

O escultor Marcos Picoretti, 32 anos, saiu do Rio de Janeiro, onde mora, para aproveitar o verão capixaba. Nas areias da Praia da Costa, ele faz esculturas e conta com a admiração e boa vontade dos visitantes para fazer dinheiro. “Essa época é boa para ganhar dinheiro. Mas tem semana que você ganha bem e tem semana que fica mais fraco”, reconhece o escultor, que troca os desenhos semanalmente e vive da colaboração dos turistas, já que não cobra pelas esculturas ou para fazer fotos com elas.

Transporte para as ilhas: “Tem dia que saímos daqui às 21 horas”

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“O melhor aqui é no verão, principalmente sábado e domingo. Mas a gente trabalha de segunda a segunda. Nós transportamos os turistas para as Ilhas Pituã e Itatiaia até o carnaval. A melhor época é agora, janeiro e fevereiro. A gente guarda o verão para comer no inverno. No inverno, não tem como trabalhar com isso. No inverno, trabalho com meu pai com a pesca. Toda a minha família trabalha com pesca. Meu esposo trabalha aqui há 30 anos. Chegamos às 5 horas da manhã aqui porque tem gente que vai para as ilhas para pescar. A última volta da ilha é às 18 horas, mas tem dia que saímos daqui às 21 horas, terminando de arrumar as coisas.”

Cangas e vestidos coloridos: “Não tem quem não me conheça”

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“Trabalho há 20 anos vendendo canga, aos sábados e domingos. E é agora no verão a gente tem que aproveitar um pouco mais. Então agora vendo todo os dias. Tudo aqui a gente vende. A situação melhorou. Eu chego às 10 horas e vou embora lá para as 14 horas. Eles (vendedores) mais novos demoram vendendo e ficam até mais tarde. Dependo de remédio, tenho pressão alta. Meu filho não quer que eu trabalhe, mas essa andada (pela praia) para mim é um remédio. Não tem quem não me conheça aqui. As cangas eu vendo a R$ 35 e os vestidos, a R$ 60. Para saber se a canga é boa, você tem que olhar frente e verso e ver se é igual (a coloração).”

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